https://www.youtube.com/watch?v=wpAT9ssmgYA
Uma excelente idéia diluída num mar de abstração e em um tempo muito maior do que o necessário para desenvolvê-la. Robin Wright (“O Homem Mais Procurado”) faz o papel dela mesma, só que num futuro próximo e alternativo. Nesse futuro, os atores de carne e osso já não são mais necessários, pois os estúdios fazem um scan dos mesmos via um contrato milionário para que suas personas digitais atuem em quais e quantos filmes eles quiserem.
Convencida a contragosto pelos estúdios Miramount (uma óbvia alusão à Paramout – até a logomarca é parecida), ela fecha um contrato de vinte anos. Passado esse tempo, muita coisa mudou e já existe uma droga que faz com que se mascare a realidade onde as pessoas entram num mundo de desenho animado e de sonho. E é nesse ambiente que ela vai tentar se revoltar contra o sistema, apaixonar-se novamente e buscar seu filho perdido.
Aliás, é emblemática a cena quando um executivo do estúdio cita que seu auge passou quando ela fez a Jenny de “Forrest Gump”.
Baseado no livro de Stanislaw Lem, o mote de que as pessoas podem perder seu livre arbítrio, seja na forma de atuar ou, mais pro futuro, na própria forma de viver e de que a perda desse livre arbítrio torna o mundo melhor é ótima para se refletir. Aliás o filme tem alguns grandes momentos em que essa reflexão á mais que válida, como num belíssimo monólogo de Harvey Keitel (“O Grande Hotel Budapeste”) como seu agente ao convencê-la a se deixar scanear; ou a sequencia em que ela finalmente percebe a única forma de encontrar seu filho no último ato.
Entretanto, o diretor israelense Ari Folman do premiado “Valsa com Bashir” floreia demais tanto as cenas em live action quanto as de animação com delírios que parecem ter saído de um filme de Terry Gilliam. E apesar de uma composição visual interessante, pouco acrescenta em termos de narrativa. Demora muito para chegar a algum lugar ou pra passar a mensagem e os mais impacientes vão se perguntar porque ainda estão assistindo ao filme.
“Congresso Futurista” é uma ficção existencial com ótimas premissas e mensagens, mas se arrasta para desenvolvê-las, transformando a obra num excesso de arte.
Ficha Técnica
Elenco:
Robin Wright
Harvey Keitel
Jon Hamm
Kodi Smit-McPhee
Danny Huston
Sami Gayle
Michael Stahl-David
Paul Giamatti
Direção:
Ari Folman
Produção:
Reinhard Brundig
Sébastien Delloye
Piotr Dzieciol
Ari Folman
David Grumbach
Eitan Mansuri
Ewa Puszczynska
Robin Wright
Fotografia:
Michal Englert
Trilha Sonora:
Max Richter