A Pixar é reconhecida pela originalidade com que desenvolve em seus filmes o grande tema que é relações “humanas” e seus sentimentos. Humanas entre aspas, pois essas relações e sentimentos aparecem em brinquedos, insetos, animais em geral, carros, aviões, monstros, figuras míticas, entre outros.
Aqui entramos no universo dos monstros marinhos do bem que vivem na costa da Itália. Luca é um deles, criança que sempre quis ver o que tinha na superfície, até que um novo amigo o puxa para fora e o faz descobrir que, quando ficam secos, eles se transformam em pessoas normais. O sonho deles é ter uma Vespa para andar o mundo, mas tem que ganhar um triátlon junto com uma nova amiga onde tudo pode acontecer.
A Pixar começa a abrir espaço para aqueles que já foram jovens talentos e faz muito bem em passar a batuta para Enrico Casarosa, o diretor italiano que concorreu ao Oscar de melhor curta de animação em 2012 por uma produção da própria Pixar, o belo “La Luna”.
A dinâmica entre Luca, sua família e seus novos amigos é digna das melhores produções oitentistas de Steven Spielberg e ainda consegue encontrar o tema da aceitação versus o preconceito da diferença e de ser quem você é. A ambientação italiana que vai desde um pantone colorido e quente até a trilha sonora emocionante de Dan Romer do sensacional “Bests Of No Nation” dá um tom acolhedor à história.
A tecnologia continua evoluindo, tornando a água mais fluida, ao mesmo tempo que os artistas propõem desenhos mais tradicionais com características dos antigos desenhos em 2D que quando adquirem vida computadorizada em 3D dão um efeito ao mesmo tempo realista e retrô.
De qualquer forma, o ponto alto sempre vai ser como os personagens se relacionam, o amor que sentem entre si e como esse amor evolui, se transforma e aprende com a convivência.
“Luca” é singelo e ganha justamente por não ter a ambição de ser épico. É o minimalista que funciona perfeitamente com o selo Pixar.
Curiosidades:
– A cidade onde se passa o filme se chama Portorosso. Ela aparece numa propaganda de uma agência de viagens no filme anterior da Pixar, “Soul”.
– Os sobrenomes dos protagonistas são todos nomes de peixe em italiano.
– O melhor amigo do diretor em sua infância também se chama Alberto, tal qual o melhor amigo de Luca e, o filme é em grande parte baseado nessa amizade.
– O número do trem no final é 94608 que é o CEP do endereço da Pixar.
– Alberto escreveu 383 marcas no muro de sua torre que corresponde a cada dia0, ou seja, ele viveu sozinho por mais de um ano.
– No quarto de Giulia, há um brinquedo do Pato Donald, personagem que aliás é muito famoso na Itália.
– Devido à pandemia, o filme todo foi produzido remotamente.
– Durante a corrida, um carrinho com a marca Pizza Planet (marca registrada da Pixar) aparece em cena rapidamente.
– O abajur da Pixar, sua logo tipo, aparece no telhado de uma casa quase no final da corrida.
– O filme se passa em 1954, pois há vários posters de filmes desse ano na cidade.
– No início do filme, Luca toma conta de 24 peixes, sendo esse filme o 24º longa metragem da Pixar.
– A outra marca registrada da Pixar, o número da sala onde de seus fundadores na escola de arte, A113, aparece no ticket do trem no final.
Ficha Técnica
Elenco:
Jacob Tremblay
Jack Dylan Grazer
Emma Berman
Saverio Raimondo
Maya Rudolph
Marco Barricelli
Jim Gaffigan
Peter Sohn
Lorenzo Crisci
Marina Massironi
Gino La Monica
Sandy Martin
Giacomo Gianniotti
Elisa Gabrielli
Mimi Maynard
Sacha Baron Cohen
Francesca Fanti
Jonathan Nichols
Enrico Casarosa
Jim Pirri
Direção:
Enrico Casarosa
Produção:
Andrea Warren
Fotografia:
David Juan Bianchi
Kim White
Trilha Sonora:
Dan Romer
