Lightyear

Poderia ser uma animação desvinculada de qualquer outra. Até daria um bom filme em live action. Mas a Pixar resolver fazê-lo como uma espécie de spin-off de “Toy Story” contando a história do filme que inspirou o boneco de Buzz Lightyear. Claro que isso dá um maior apelo, mas também pode ser pelo fato de que a história em si é boa, mas tem alguns furos incômodos.

Buzz e sua equipe transportam uma população em suspensão para povoar um planeta distante, mas param para verificar um sinal em um planeta hostil (lembra de “Alien”?) e acabam ficando presos lá. Para achar uma saída Buzz participa de experimentos que o levam ao futuro onde a própria população já construiu uma cidade e então ele fica dividido em levar todos para casa ou se manter por lá, até que uma ameaça aparece e pode mudar tudo.

A animação da Pixar cada vez mais alcança patamares tecnológicos impressionantes com detalhes que parecem filmes, inclusive com dinâmicas de movimentos, adequação da iluminação e sombras diferenciadas se colocando sempre como vanguarda.

Há uma série de referências a grandes filmes de ficção científica como “Star Wars” (o gato fazendo o papel de R2-D2 no final), “Star Trek” (a própria essência dos “Space Rangers”), entre outros. Entretanto, pouco agrega na história além de serem meros easter eggs.

Talvez o grande problema é que a principal reviravolta não é explicada. Isto é, há uma explicação, mas é para inglês ver. Faz pouquíssimo sentido o que o roteiro joga na cara do espectador e, quando entendemos a falta de sentido, todo o resto desaba, como por exemplo, porque o vilão sitiou a cidade se ele poderia inclusive colaborar com todos furtivamente para conseguir o que quer. Ou ainda porque o uniforme do robô principal é desenhado claramente como antagonista se essa não era a principal função. Ou ainda de quem é a tecnologia que aparece na nave mãe do vilão?

São tantas pontas soltas que o diretor Angus MacLane – que já fez o ótimo “Procurando Dory” – resolveu apenas jogar ação com as piadas padrão dos personagens estereótipos da Pixar e seguiu o jogo.

O resultado fica aquém às produções da Pixar que conhecemos, mas garante diversão para os menos exigentes, além de manter o arco de história padrão mesmo que às vezes dê uma cansada.

Curiosidades:

  • Os tanques de oxigênio dos uniformes são os mesmos usados para guardar os gritos das crianças em “Monstros S.A.”.
  • A voz do GPS IVAN é feita por Mary McDonald-Lewis que também faz a voz do GPS da OnStar, empresa americana.
  • IVAN ao contrário é NAVI de “NAVIgation system” = Sistema de Navegação.
  • A lâmpada da Pixar aparece de relance na constelação de estrelas quando Buzz começa a viajar para testar a velocidade da luz.
  • O nome da maioria dos personagens é baseado nos nomes de pontes famosas em Portland nos EUA.
  • Chris Evans que dá voz a Buzz Lightyear e Tim Allen que dá voz ao boneco Buzz Lightyear em Toy Story fazem aniversário na mesma data, 13 de junho. Evans nasceu em 1981 e Allen em 1953.
  • Tanto no primeiro “Toy Story” quanto em “Lightyear”, o protagonista é apresentado falando exatamente a mesma frase.

Ficha Técnica:

Elenco:
Chris Evans
Keke Palmer
Peter Sohn
Taika Waititi
Dale Soules
James Brolin
Uzo Aduba
Mary McDonald-Lewis
Isiah Whitlock Jr.
Angus MacLane
Bill Hader
Efren Ramirez
Keira Hairston

Direção:
Angus MacLane

Roteiro:
Jason Headley
Angus MacLane
Matthew Aldrich
Andrew Stanton
Lauren Gunderson

Produção:
Galyn Susman

Fotografia:
Jeremy Lasky
Ian Megibben

Trilha Sonora:
Michael Giacchino

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