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Greg Kinnear (“Banquete do Amor“) parece ter uma afinidade muito grande com personagens melancólicos. Aqui ele interpreta um personagem real, Dr. Kearns, inventor conhecido por ter produzido na década de 40 o primeiro limpador de pára-brisa com regulação de freqüência (eye-blink), porém só ser reconhecido depois de anos numa batalha jurídica contra a Ford Motors, a qual roubou seu projeto e inutilizou sua patente. Mais do que a batalha em si, o filme mostra como o personagem foi afetado até o limite da depressão e quanto essa luta custou, perdendo a esposa e praticamente a família, já que passou grande parte da vida afastado de todos numa luta cada vez mais solitária.
Sob a pesada batuta dos produtores de Hollywood, o roteiro é por demais burocrático, provavelmente almejando alguma indicação ao Oscar, a qual nunca aconteceu. Por motivos óbvios: uma série de lugares comuns aos dramas americanos e um caminho mais que batido nas famosas jornadas de redescobrimento que muitos protagonistas do gênero fazem.
Mas o mesmo estúdio que consegue engessar uma produção, também consegue prodígios em aspectos técnicos como a reconstituição de época, fotografia e uma trilha sonora consistente (quem mais senão Aaron Zigman de “Uma Prova de Amor“) ao longo da projeção. Kinnear ainda realiza a árdua missão de salvar “Jogada de Gênio” de ser uma simples Sessão da Tarde, tamanha a entrega do ator. Ao desfecho, o espectador pode ter uma leve gratificação, pela grande lição que não se pode ter tudo na vida. Apenas para logo após esquecer.
[rating:3]
Ficha Técnica
Elenco:
Greg Kinnear
Lauren Graham
Dermot Mulroney
Jake Abel
Daniel Roebuck
Tim Kelleher
Bill Smitrovich
Alan Alda
Direção:
Marc Abraham
Produção:
Gary Barber
Roger Birnbaum
Michael Lieber
Fotografia:
Dante Spinotti
Trilha Sonora:
Aaron Zigman