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Ver o Al Pacino (“Não Olhe Para Trás”) na capa do pôster desse suspense policial é a prova de que o marketing das distribuidoras prefere vender um nome à história. E que até mesmo o casting de produção pensa assim. Por causa dele, o filme não tem um protagonista, mas três.
Ele é Archer, policial aposentado que volta à ativa quando um serial killer começa a ataca na cidade e sinaliza que quer Archer e seu parceiro Ruiney (Karl Urban de “Thor: Ragnarok”) em seu incauto. A dupla também leva à tiracolo a jornalista Christi (Brittany Snow de “A Escolha Perfeita”) que faz uma matéria sobre a polícia.
O roteiro faz uma tentativa frustrada ser esperto em cima do espectador: põe Al Pacino para chamar a atenção do público e justifica ter três protagonistas (ou três coadjuvantes, como queiram), pois divide o raciocínio no psicopata para que em determinados momentos, cada um ache uma peça diferente ou conclua algo que complemente a investigação. O problema é que a o diretor Johnny Martin faz isso de qualquer jeito e deixa claro uma química que não existe, como se mais de um protagonista fosse desnecessário à trama (e é).
Não que a trama em si seja ruim. Pelo contrário, o modus operandi do assassino atrai a atenção e a condução de como os eventos acontecem não deixa a desejar. Mas a sua motivação é uma mera conveniência de roteiro que drena a força do resto, além de ter uma baita incongruência no final (veja na seção de curiosidades).
“Letras da Morte” peca pela ambição de ter um Al Pacino – que há tempos não tem mais critério de escolha para os seus filmes – e força uma história em torno dele que, por isso mesmo, degringola. Ah, e o finalzinho é ridículo e desnecessário.
Curiosidade:
(SPOILER – só leia se já tiver visto o filme ou por sua conta e risco): No início do filme, Archer (Al Pacino) prende o psicopata sem saber que era ele (o cordão pendurado é a dica). Inclusive, isso bate com o raciocínio da trama. Só que no fim, quando os dois se confrontam, Archer diz ao próprio assassino que a última vez que o viu foi quando ele era criança, o que não faz o menor sentido. Sem querer ser preciosista, mas o serial killer certamente lembra do policial e o início ou o final seriam bem diferentes se o roteiro fosse consistente. Imaginem por um momento se o personagem de Al Pacino não existisse e a motivação do vilão fosse diferente. Provavelmente teríamos um filme melhor, porém sem tanta visibilidade do público.
Ficha Técnica
Elenco:
Al Pacino
Karl Urban
Brittany Snow
Sarah Shahi
Joe Anderson
Jermaine Rivers
Chelle Ramos
Michael Papajohn
Steve Coulter
Direção:
Johnny Martin
Produção:
Michael Mendelsohn
Arnold Rifkin
Fotografia:
Larry Blanford
Trilha Sonora:
Frederik Wiedmann