Americano não gosta de legenda e então fazem uma refilmagem quase quadro a quadro do que é bom e feito fora dos EUA. A bola da vez é o ótimo longa sueco “Deixa Ela Entrar” que se transformou num razoável produto de terror, porém que empalidece como um vampiro frente ao original.
E vampiro é justamente o que Chloe Moretz de “Kick Ass” é. Ela é Abby uma vampira no corpo de uma pré-adolescente que se muda com seu guardião (Richard Jenkins de “Passe Livre“) e acaba fazendo uma improvável amizade com seu vizinho, o tímido e introspectivo Owen (Kodi Smit-McPhee de “A Estrada“) que vem constantemente sofrendo bullying na escola. As conseqüências dessa relação logicamente serão abomináveis.
Por incrível que pareça, esse remake americano conseguiu amenizar grande parte do impacto genial do original, mesmo tendo feito certas cenas quase como uma Xerox. Geralmente o que muda é justo o que estraga. Dois exemplos: na cena em que Abby entra na casa de Owen sem ser convidada, uma diferença brutal no que acontece com ela; e no clímax do quase afogamento de Owen no clube, onde parece que o diretor Matt Reeves de “Cloverfield – Monstro” perdeu a mão em realizar uma seqüência, não só desnecessariamente mais branda, como também equivocada se comparada com o exemplar sueco.
Reeves também tenta deixar a obra mais enxuta, aparando certas arestas, mas estranhamente tem 1 minuto a mais que o original e parece se tornar bem mais cansativo.
Os destaques positivos ficam por conta do elenco afiado, desde a dupla mirim até o sempre ótimo Jenkings com seu trágico personagem, o qual praticamente dita o futuro que aguarda nosso mini-herói. Além disso, o diretor até consegue manter determinados detalhes como o fato da mãe de Owen nunca ter seu rosto revelado, apontando a sua ausência no crescimento do filho ou então a brilhante seqüência onde o personagem de Jenkings fica no banco de trás de um carro escondido.
Aliás, não fosse o fato de que “Deixe-me Entrar” é uma cópia com um pouco menos de competência de “Deixa Ela Entrar”, seria até um filme de terror acima da média. O problema é de quem viu o original.
Ficha Técnica
Elenco:
Chloe Moretz
Richard Jenkins
Kodi Smit-McPhee
Elias Koteas
Cara Buono
Direção:
Matt Reeves
Produção:
Alexander Yves Brunner
Guy East
Donna Gigliotti
Carl Molinder
John Nordling
Simon Oakes
Nigel Sinclair
Fotografia:
Greig Fraser
Trilha Sonora:
Michael Giacchino
Respostas de 3
Acho que vou continuar só com a versão original então =)
Aldo,
Discordo veementemente do colega! O filme é sim acima da média! Deixe de ser pão duro e dê mais meia estrela pra ele. Vale a pena ver esta versão sim! A vi e gostei! É tão raro ver um roteiro bom e original em se tratando de terror que assisti esta versão também. E só não leio o livro por não estar completamente alfabetizado para fazê-lo.
A interpretação é ótima e tem cenas mais fortes. Cá entre nós. Querer compará-los é como sair com duas irmãs gêmeas e compará-las! Ah! Eu não cometeria essa deselegância. Gostei de ambos! Para mim são dois dos melhores filmes de vampiro que vi nas últimas décadas. Aldo os últimos filmes a abordarem esse tema bagunçaram tanto com a cabeça dos vampiros, que muitos estão a fazer análise!
Isabela pode assistir que vale a pena. O Aldo anda meio lúgubre e de mão pesada, por causa do frio invernal, mas isso passa quando a primavera chegar!
E por falar em morte esse é o tema de hoje lá no meu Blog. Aldo passe por lá e bote um sorriso no rosto menino!
“Brinco de esconde-esconde com a morte, há cinco décadas! Mas, a cada dia, fica mais difícil achar um lugar para me esconder.”
Carlos Kurare
Concordo com o Carlos, muito bom esse filme…