James Franco não é fraco (desculpa o trocadilho). Ele atua, escreve, dirige, dentre mil e uma funções no cinema, além de ser doutorado em literatura. Pode-se falar tudo dele, menos que não é versátil. E mesmo sem grandes obras primas, transita facilmente de um besteirol tipo “A Entrevista” como protagonista para um filme sério e intenso como “Child of God” como diretor.
Ele conta a história de Lester (Scott Haze que contracenou com Franco em “Flyboys”), um deficiente mental com comportamento agressivo que após perder sua propriedade, fica vagando pela floresta e arranjando confusão por onde passa.
A atuação de Haze é visceral e digna de, no mínimo, várias indicações. Uma pena o filme não ter tido o devido lobby. O comportamento do protagonista divide o espectador na tensão sobre até onde sua espiral de loucura pode leva-lo: se numa autodestruição ou numa redenção.
Baseado no livro de Cormac McCarthy (sim, o mesmo autor do premiado “Onde os Fracos Não Tem Vez”), o diretor consegue os melhores momentos graças à brilhante performance de Haze, mas faz uma escolha equivocada em dividir o filme em capítulos, o que não acrescenta na narrativa. Tanto quando algumas edições aparentemente fora de contexto. Ambos os artifícios quebram o ritmo da narrativa numa tentativa vã de dar mais dinâmica.
“Child of God” mostra que a versatilidade de Franco não se traduz em excelência, mas com esse protagonista o filme pelo menos tomou um rumo certo.
Ficha Técnica
Elenco:
Scott Haze
Tim Blake Nelson
James Franco
Jim Parrack
Vince Jolivette
Fallon Goodson
Ciera Danielle
Direção:
James Franco
Produção:
Caroline Aragon
Vince Jolivette
Miles Levy
Fotografia:
Christina Voros
Trilha Sonora:
Aaron Embry