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Só o fato de o cineasta Clint Eastwood ter feito dois filmes sobre a batalha de Iwo Jima, cada um ficando num lado, já é suficiente para constar em qualquer livro da história do cinema. Mais interessante é ver que este longa o qual foca o Japão é muito superior que “A Conquista da Honra“, justamente por saber captar com bem mais intensidade, a intimidade e o psicológico de cada personagem.
Enquanto o filme americano focava a guerra num ritmo de “Resgate do Soldado Ryan” e seus desdobramentos políticos, “Cartas de Iwo Jima” é um pouco mais lento, intimista e, mesmo com a mesma violência, se concentra, numa ótima análise, no propósito dessa guerra e na própria tradição oriental confrontada com o ocidente.
Usando cores que de tão dessaturadas as vezes beiram o preto e branco, com diálogos originalmente em japonês e contando com quase todos os atores desconhecidos, Eastwood faz com que nos importemos com todos, principalmente com aquele que funciona como os olhos do expectador dentro do filme, Saigo (Kazunari Ninomiya), pois ele é aquele que mais se questiona sobre qual a melhor saída para uma batalha já perdida. E esse é outro mérito da trama japonesa: ver como os japoneses, com muito menos recursos, pessoal, armas e com sérios conflitos de liderança ainda conseguiram resistir mais tempo que os americanos pensavam. Corretamente indicado ao Oscar e se junta com os grandes filmes de guerra da história.
Nota 9
Ficha Técnica
Elenco:
Ken Watanabe
Kazunari Ninomiya
Tsuyoshi Ihara
Ryo Kase
Shido Nakamura
Hiroshi Watanabe
Direção:
Clint Eastwood
Produção:
Clint Eastwood
Steven Spielberg
Robert Lorenz
Fotografia:
Tom Stern
Trilha Sonora:
Kyle Eastwood
Michael Stevens