Quentin Tarantino sempre foi fã de western spaghetti e também do já cultuado diretor japonês Takashi Miike. A recíproca deve ser verdadeira, já que Miike tenta fazer de sua empreitada nesse western, algo “tarantinesco”, enquanto o próprio Tarantino faz uma participação muito mais que especial na produção.
Um forasteiro chega a uma cidadezinha esquecida do velho oeste onde duas gangues rivais duelam pelo ouro das minas. Dotado de habilidades ninjas o pistoleiro é alvo de desejo das duas gangues, pois sua presença pode desequilibrar a batalha em favor de uma delas.
Com um senso estético muito apurado, o diretor monta um design de produção fantasioso bastante peculiar, com direito de se dar ao luxo de uma montagem quase teatral no início do primeiro ato. As coreografias de lutas e batalhas também não deixam a desejar e, mesmo o caráter épico das produções orientais de época, conseguem satisfazer principalmente os fãs de Tarantino que gostam de ver violência gráfica e explícita.
Contudo, essa ânsia de imitar o diretor de “Bastardos Inglórios” teve um preço: as várias referências às suas obras são traduzidas por Miike em diálogos e enquadramentos que só de longe lembram o original. Bem menos inventivas, essas tentativas acabam enfraquecendo a produção e deixando-a com longas duas horas, o que pode cansar até o fã mais guerreiro.
“Sukiyaki Western Django” é um western razoavelmente bem sucedido que contem elementos do amado Quentin Tarantino e que entrega o que promete, mas com gordura em quantidade muito superior ao recomendado.
Ficha Técnica
Elenco:
Hideaki Itô
Masanobu Andô
Kôichi Satô
Kaori Momoi
Yûsuke Iseya
Renji Ishibashi
Yoshino Kamura
Quentin Tarantino
Direção:
Takashi Miike
Produção:
Nobuyuki Tohya
Masato Ôsaki
Fotografia:
Toyomichi Kurita
Trilha Sonora:
Kôji Endo