Rua Cloverfield, 10 (“10 Cloverfield Lane”)

O filme, produzido pelo sinônimo de sucessos de qualidade, J.J. Abrams, faz uma óbvia referência a outra de suas produções, “Cloverfield – Monstro”. O que fica – e vai ficar – no ar é qual o vínculo entre os dois filmes (teorias não faltam). Aqui vemos uma mistura de gêneros muito parecido com o que Robert Rodriguez fez em “Um Drink no Inferno” em 1996, só que ao invés de acontecer no primeiro ato, acontece só no último.

Michelle (a lindinha Mary Elizabeth Winstead de “O Maravilhoso Agora”) abandona um relacionamento, fugindo da casa do namorado e então sofre um acidente. Quando acorda ela está num bunker (abrigo subterrâneo) sendo tratada pelo esquisito Howard (John Goodman de “Trumbo – A Lista Negra”). Ele explica que o mundo foi atacado e que todos morreram, o ar está radioativo e então eles devem ficar lá por uns dois anos, além do outro hóspede Emmett (John Gallagher Jr. de “Margaret”).

O suspense aflora justamente na proposição aparentemente absurda de Howard de que o mundo acabou ou coisa parecida. E pior: é corroborado por Emmett. O roteiro se concentra nos cômodos mínimos, na relação entre os personagens e na dúvida sobre o que está acontecendo lá fora. E o desenrolar de eventos vai revelando alguns segredos sinistros.

A química entre o elenco é ótima, sendo que a presença ameaçadora de Howard dá a Goodman um de seus melhores papéis nos últimos anos com momentos de pura tensão reverberados pela envolvente trilha sonora de Bear McCreary (“Boneco do Mal”).

E se nos dois primeiros atos são esses elementos que prendem totalmente a atenção do espectador (os créditos iniciais são uma atração à parte), o último ato é de tirar o fôlego mostrando Michelle com um daqueles papéis femininos fortíssimos e coragem que se junta a icônicos como a Imperatriz Furiosa de “Mad Max” ou até mesmo a Tenente Ripley de “Alien”.

Talvez “Rua Cloverfield, 10” divida opiniões pela sua estrutura não convencional com suspense e ficção em pratos separados, mas não se pode negar que são muito bem servidos. Filmaço pra quebrar a rotinas de lançamentos puramente comerciais.

Curiosidades:

– A voz do namorado de Michelle ao telefone é de ninguém menos que Bradley Cooper da trilogia “Se Beber Não Case“.
– O nome do posto de gasolina é o mesmo do que apareceu em outro filme de J.J. Abrams, “Super 8“.
– Alguns produtos mostrados no filme são marcas fictícias que também aparecem em “Cloverfield – Monstro

Ficha Técnica

Elenco:
John Goodman
Mary Elizabeth Winstead
John Gallagher Jr.

Direção:
Dan Trachtenberg

Produção:
J.J. Abrams
Lindsey Weber

Fotografia:
Jeff Cutter

Trilha Sonora:
Bear McCreary

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