Parque do Inferno
“Parque do Inferno” é quase uma reimaginação do clássico terror de 1981 “Pague Para Entrar, Reze Para Sair”. Um grupo de jovens vai a um parque temático de horror. O que eles não sabem é que um serial killer também está nesse parque e vai caçá-los um a um.
A habilidade de misturar o terror real e imaginário sempre surtiu bons frutos e aqui não é diferente: o espectador acaba ficando atento e nervoso, pois qualquer susto no parque pode se transformar numa ameaça real. E o diretor entende bem como isso funciona.
O que talvez ele não entenda é a direção de elenco. Se todo um filme é pautado por uma narrativa, parte dela obviamente fica por conta das decisões que seus personagens tomam, o que gera as consequências e assim por diante. Tudo da narrativa que não depende diretamente dos personagens – inclusive um interessantíssimo desfecho – vai muito bem. Chegou neles, tudo desanda. Eles parecem ter um QI negativo até mesmo na relação entre eles. O romance forçado com a protagonista é tão mal feito que a gente torce pro cara ser o primeiro a morrer.
Fora que a cada 5 minutos os jovens praticamente pedem para serem mortos com escolhas tão imbecis que beiram o inexplicável: a cena do banheiro, onde a nossa burrinha heroína muda de cabine pra fugir do assassino e sai pra ver se ele continua lá, sendo que ele estava empurrando a cabine do lado; ou na cena em que as meninas dizem que chegaram num beco sem saída quando tem uma porta escancarada na cena que o próprio vilão abre com facilidade. Muito menos não dá pra entender porque ele não mata a personagem principal quando teve chance – e chances não faltaram – visto que não há nenhum vínculo ou particularidade que pudesse fazer a diferença.
O cenário é bem feito, os sustos são bons e constantes, e as (poucas) mortes até que são bem elaboradas e gráficas. Por tudo isso que é dolorido ver esse terror ser tão afetado pelos seus personagens nos aspectos de casting, atuação e principalmente roteiro.
“Parque do Inferno” seria um filme quase ótimo, só que foi destruído pelos detalhes.
Curiosidades:
– O design da máscara do vilão foi feito pelo mesmo artista que desenhou as máscaras de “Pânico” e “A Morte te dá Parabéns”.
– Muitos dos figurantes vieram de um outro parque temático americano real com as suas fantasias.
– O homem mascarado que fica de frente pra protagonista no carrinho de um brinquedo é o próprio diretor.
Ficha Técnica
Elenco:
Bex Taylor-Klaus
Reign Edwards
Tony Todd
Amy Forsyth
Courtney Dietz
Christian James
Stephen Conroy
Matt Mercurio
Brooke Jaye Taylor
Mason Pike
Direção:
Gregory Plotkin
Produção:
Gale Anne Hurd
Tucker Tooley
Fotografia:
José David Montero
Trilha Sonora:
Bear McCreary