Paranória (“Distorted”)

Hollywood deve ter uma dezena de filmes que foram traduzidos para esse título em português por pura preguiça. Entretanto, na escala de filmes chamados de “Paranóia” provavelmente este foi o que atingiu o fundo do poço.

Produção B com cara de C, já começa quase amadora quando numa edição tosca vemos Christina Ricci que já foi a melhor Wandinha de “A Família Adams” na década de 90 e que há 12 anos atrás apareceu em “Bel Ami” talvez sua última participação relevante, reduzida como Lauren, uma esquizofrênica que se muda com o marido para um condomínio de luxo para melhorar através de uma mudança de ambiente. Só que ela começa a ver e ouvir coisas estranhas e enquanto todos pensam que ela continua louca, Lauren desconfia que pode estar sendo vítima de uma experiência dentro do condomínio.

Antes de qualquer coisa – e até poderia terminar por aqui – a explicação para o que acontece (revelada quase no fim do segundo ato) é tão ridícula, medíocre e estrambólica que nem mesmo quem escreveu o roteiro pesquisou direito sobre o assunto.

Há momentos em que os personagens simplesmente falam coisas do tipo “bem, não sei direito como isso é feito, mas é por aí”. Talvez seja um dos roteiros mais mal escritos dos últimos tempos.

Se Christina Ricci está canastrona, pasmem, pois ela é ainda a melhor personagem. Quem interpreta o marido dela é Brendan Fletcher de “Noite Infeliz” que é uma espécie de um filho que Cigano Igor teve com um hobbit: quando ele entra em cena, o espectador passa a nivelar tudo por baixo.

O mais importante é fazer 1 minuto de silêncio por John Cusack. O que é esse papel que ele faz como um coadjuvante de lixo (e não de luxo)??? Chega a dar pena notar que o próprio ator parece travado e alterado quando aparece. Pensei em Bruce Willis com sua infeliz doença, mas até então nada foi reportado sobre Cusack. Ele, que já estava no fundo do poço com um trash chamado “Kronos – O Fim da Humanidade”, agora só fez cavar mais um pouquinho.

Em “Paranóia” a única cena boa é uma queda. Antes e depois é só queda. Fujam.

Curiosidades:

  • O orçamento era tão baixo que o clímax foi gravado num hotel abandonado e não tiveram o trabalho nem de arrumar o lugar. Na verdade, o roteiro foi alterado por causa do orçamento e teve que se “acomodar” de acordo com os lugares baratos que a equipe encontrava.
  • No final há uma inscrição “TTIOT” que significa “The Truth is Outthere” (a verdade está lá fora). Totalmente Arquivo X.
  • Apesar de estar com o nome encabeçando o poster do filme logo após Christina Ricci, John Cusack só aparece após 42 minutos.

Ficha Técnica:

Elenco:
Christina Ricci
Brendan Fletcher
Vicellous Shannon
John Cusack
Nicole Anthony
Oliver Rice

Direção:
Rob W. King

História e Roteiro:
Arne Olsen

Produção:
Kevin DeWalt
Danielle Masters

Fotografia:
Mark Dobrescu

Trilha Sonora:
Todd Bryanton

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