Papillon

Baseado nas memórias escritas pelo próprio Papillon, Henri Charrière, que passou anos num presídio de segurança máxima na Guiana Francesa e na Ilha do Diabo, e também no roteiro que deu origem ao clássico de 1973 com Steve McQueen e Dustin Hofmann, o que faz dessa produção praticamente um remake.

Aqui Papillon é vivido por Charlie Hunnam (“Z: A Cidade Perdida”) que é incriminado injustamente por assassinato, preso e levado à tal prisão, onde conhece o frágil, porém culto Louis Dega (o vencedor do Oscar desse ano Rami Malek por “Bohemian Rhapsody”). Juntos eles desenvolvem um peculiar laço de amizade e planejam uma fuga que podem arriscar as suas vidas.

A produção foi feita na medida de sua pretensão: ao tentar ser original sem se afastar da essência do que já fora escrito, o diretor compõe uma narrativa sem amarras e se aproveita de um ótimo design que, criativo, desenha todo um contexto investindo inteligentemente os recursos, mais em locações do que em cenários de estúdio.

A atuação da dupla de personagens é correta e sem afetação e torna possível a conexão com o espectador onde personalidades diferentes se complementam e de certa forma até se necessitam para cruzar o arco emocional com o mínimo de sanidade.

O diretor acerta na condução das cenas: as dramáticas têm uma carga que não é apelativa e toca o público no ponto certo, enquanto as de ação são bem equilibradas e tem efeitos especiais discretos, mas que realizam o necessário para manter o realismo.

Destaque para a ótima fotografia de Hagen Bogdanski (“O Físico”) que vai de París à Guiana Francesa, passando pela Ilha do Diabo com atenção devida na saturação das cores que climatizam o próprio ambiente.

Papillon” não só é uma história emocionante, como muito bem contada, boas atuações e capacidade técnica que merece ser vista com prazer.

Curiosidades:

– Charlie Hunnam perdeu 18kg para viver o personagem quando fica em confinamento na solitária.
– Na cena em que eles estão descendo do navio, um dos guardas grita por um prisioneiro chamado Hoffman. É uma homenagem a Dustin Hoffman que interpretou Louis Dega no clássico de 1973.

SPOILER: LEIA SOMENTE SE VOCÊ JÁ TIVER VISTO O FILME!

– Na vida real, o fato dele estar na morando na Venezuela após a fuga é contado apenas ao seu editor em 1969. Um jornalista brasileiro escreveu um artigo que se transformou num livro afirmando que logo após esse anos, passeou a ser perseguido na Venezuela, ele foi morar em Boa Vista – RR. Fato este nunca confirmado e provavelmente um equívoco, mas não deixa de ser interessante.

Ficha Técnica

Elenco:
Charlie Hunnam
Rami Malek
Christopher Fairbank
Eve Hewson
Michael Socha
Brian Vernel

Direção:
Michael Noer

Produção:
Roger Corbi
David Koplan
Joey McFarland

Fotografia:
Hagen Bogdanski

Trilha Sonora:
David Buckley

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