O Grande Gatsby (“The Great Gatsby”)

Baseado no aclamando romance de F. Scott Fitzgerald, “O Grande Gatsby” já havia sido adaptado em 1974 onde o casal protagonista era ninguém menos que Robert Redford (“Sem Proteção”) e Mia Farrow (“Rebobine Por Favor”).

Quase 40 anos depois, o clássico é repensado pela mente musical e purpurinada do cineasta Baz Luhrmann que fez um intermédio entre o fraco mas cult musical “Romeu + Julieta” onde trabalhou com Leonardo DiCaprio pela primeira vez e o sensacional “Moulin Rouge”. A boa notícia é que essa mistura foi bem mais ao sabor tragicolorido e intenso deste último.

Gatsby aqui é DiCaprio, um misterioso milionário, o qual desperta a atenção do seu vizinho, o pobre e inocente Nick (o ex “Homem-Aranha” Tobey Maguire). A amizade que surge entre eles é pautada pelo amor também misterioso que Gatsby nutre pela prima de Nick, Daisy (Carey Mulligan de “Shame”). Só que esta é casada com o rico, petulante e mulherengo Tom (Joel Edgerton de “A Hora Mais Escura”). Esse amor obsessivo poderá levar os personagens envolvidos à consequências dramáticas.

O grande mérito do diretor é ter dado uma intensidade tão grande e talvez humanizado de forma tão visceral personagens que praticamente posam cartunescos em cenários numa realidade alternativa que facilmente se aproxima de suas outras produções. Lógico que parte dos louros deve ir ao próprio elenco, encabeçado por um DiCaprio que interpreta um personagem tão complexo, obsessivo que se segura a todo momento e parece estar prestes a explodir, mesmo com otimismo, esperança e bondade no coração que ofuscaria qualquer outro predicado. Edgerton, que tanto se destaca eu seus últimos filmes, aqui rouba as cenas conseguindo ir do hilário canastrão ao trágico com naturalidade surpreendente. Maguire e Mulligan estão sempre corretos, apesar de interpretarem tipos que já passaram pelas suas carreiras.

Apesar de não representar papel fundamental, a música, marca registrada de Luhrmann, também aparece em destaque, passando boa parte pela música negra americana do rapper Jay-Z, Beyoncé e Will.I.Am, até clássicos indo de Cole Porter ao contemporâneo Brian Ferry, sem esquecer do grande ícone Amy Winehouse e seu “Back to black” e do arranjo belíssimo de Craig Armstrong (“O Preço do Amanhã”).

Com todas essas marcas registradas basicamente técnicas, incluindo a fulgurante fotografia de Simon Duggan (“Os Especialistas”), invadindo os sentidos do espectador, a melhor parte é verificar que a narrativa frenética abre todos os espaços para um esbalde de emoções, num caminho que beira o cômico, joga-se no romance e entra no trágico, fazendo o público entrar numa montanha russa de emoções e sair do cinema com o coração na mão.

E “O Grande Gatsby” faz isso com toda a estética áudio visual que a tecnologia pode representar, mas despertando emoções que desde o lançamento da obra literária ainda estão vivas. Talvez não seja para todos os públicos, mas bem que deveria.

Ficha Técnica

Elenco:
Leonardo DiCaprio
Tobey Maguire
Carey Mulligan
Joel Edgerton
Elizabeth Debicki
Adelaide Clemens
Amitabh Bachchan
Elizabeth Debicki
Gus Murray
Isla Fisher
Jason Clarke
Stephen James

Direção:
Lucy Fisher
Catherine Knapman
Baz Luhrmann
Catherine Martin
Douglas Wick

Produção:
Simon Duggan

Fotografia:
Renato Falcao

Trilha Sonora:
Craig Armstrong

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