https://www.youtube.com/watch?v=ccZN8Qh-Ydk
O diretor James Gunn basicamente fez duas coisas entre as filmagens de “Os Guardiões da Galáxia” e “Os Guardiões da Galáxia Vol. 2”: a primeira foi se separar da mulher e a segunda foi escrever, produzir e quase dirigir esse filmaço de suspense e terror. Ele só não dirigiu porque o processo de divórcio foi muito delicado e ele não queria se envolver em algo tão violento durante meses e então deixou para o parceiro Greg McLean (“A Escuridão”) pegar a batuta. Mas a presença de Gunn é tão sentida que vários membros da equipe e elenco de “Guardiões da Galáxia” estão presentes como seu irmão Sean Gunn e Michael Rooker, entre outros.
A trama não é nada original, sendo inspirada no clássico japonês “Batalha Real” de 2000, mas não deixa de ser instigante. Em Bogotá, a Belko é uma empresa americana responsável por recursos humanos expatriados para multinacionais. Era um dia de trabalho como qualquer outro, até que a empresa é lacrada com todos os funcionários dentro e uma voz atesta que (vou simplificar o enredo) se os funcionários não cumprirem provas que os levam a matar uns aos outros, todos vão morrer.
Nessa hora a boa direção foi essencial para conduzir improváveis personagens a aflorar seus piores lados para sua sobrevivência. O ponto essencial foi determinar os personagens principais sem abrir mão do tempo dos coadjuvantes, isto é, um bom trabalho em gerenciar praticamente 80 pessoas em cena (lógico que o número vai diminuindo com o tempo). O grande dilema é: em condições de adversidades extremas, você mataria sem próprio colega de trabalho e amigo se isso garantisse a sua sobrevivência?
O elenco formado por coadjuvantes, ou seja, rostos conhecidos, mas nem tanto como John Gallagher Jr. (“Rua Cloverfield, 10”), Tony Goldwyn (da série “Divergente” e mais conhecido como o vilão do clássico “Ghost – Do Outro Lado da Vida”) ou John C. McGinley (“A Sombra do Inimigo” ou mais conhecido como o hilário doutor da saudosa série “Scrubs”) compra a briga do roteiro e fazem arcos emocionais que se conectam com o espectador – seja entre o amor ou ódio – mesmo com tempos reduzidos em tela, fazendo o público torcer a favor ou contra dependendo do personagem.
Melhor são as mortes e os efeitos de maquiagem que, mesmo discretos tem a tecnologia de agora emulando o melhor do terror dos anos 80, além de ser explícito na medida certa sem descambar pro trash. Aliás, o recurso de cenas de extrema violência ao som de músicas de vibrações positivas causou um ótimo efeito, mérito do compositor e supervisor musical Tyler Bates, também de “Guardiões da Galáxia Vol. 2”
Com um desfecho que mistura empolgação e depressão ao mesmo tempo, “O Experimento Belko” é diversão de primeira pra quem gosta de terror, ação e inteligência sem frescura.
Ficha Técnica
Elenco:
John Gallagher Jr.
Tony Goldwyn
Adria Arjona
John C. McGinley
Melonie Diaz
Owain Yeoman
Sean Gunn
Brent Sexton
Josh Brener
David Dastmalchian
David Del Rio
Gregg Henry
Michael Rooker
Rusty Schwimmer
Gail Bean
Direção:
Greg McLean
Produção:
James Gunn
Peter Safran
Fotografia:
Luis David Sansans
Trilha Sonora:
Tyler Bates