Refilmagem do clássico homônimo de 1973 feito pelo mestre dos zumbis George A. Romero, onde uma cidadezinha se vê infectada por um estranho vírus que dá aos doentes uma vontade louca de matar quem estiver próximo. Literalmente. E, partindo do mesmo contexto sócio-político de Romero, o diretor Breck Eisner (“Sahara“) coloca o exército dos EUA como a entidade que quer acabar com tudo, inclusive com os inocentes ou sadios.
Então a dupla de protagonistas formada pelo Xerife David (Timothy Olyphant de “A Trilha“) e sua esposa Judy (Radha Mitchell “Os Substitutos“) devem encontrar uma maneira de escapar do exército, escapar dos doentes e da doença e sair da cidade já propriamente isolada antes daquela famosa bomba atômica que cisma em tentar mandar tudo pelos ares.
A produção tem uma certa plasticidade que passa uma impressão artificial, além de sangue digital facilmente identificável. O diretor de fotografia não se furta em repetir os mesmos ângulos usados a exaustão em filmes do gênero (sim, tem sempre um infectado no contra-plano) e, por algum motivo que só o vírus ou o roteirista sabem explicar, os infectados nunca matam de pronto os mocinhos.
Contudo, não se pode negar que o ritmo da narrativa funciona bem até demais para uma manufatura Hollywoodiana pré-planejada e que Olyphant e Mitchell parecem ter o carisma exato que dá certo realismo (e eles parecem os únicos assim), mas ao mesmo tempo conseguem provocar uma afinidade especial com o espectador. A melhor linha está na cena em que o Xerife fala a um conhecido: “Não me pergunte porque eu não consigo viver sem a minha mulher que eu não te pergunto como você consegue“.
Enquanto o espectador é podado de ver mortes inventivas, por outro lado, o choque que seus realizadores quiseram dar na platéia é sobre a falta de humanidade em se matar humanos como se matam galinhas e daí vem o tom seco e abrupto de cada tiro disparado. Só é chato quando um personagem descobre uma morte em massa onde o conceito é graficamente palpável, mas insiste em explicar o que viu tratando insultando a inteligência espectador e tirando o impacto visual.
Equilibrando pontos fortes e fracos, “O Exército de Extermínio” termina por ser uma boa opção para um terror que se leva a sério. Pena que os últimos 2 minutos finais contenham a maior mentira e o desfecho mais manjado respectivamente. Ainda assim…
[rating:2.5]
Ficha Técnica
Elenco:
Timothy Olyphant
Radha Mitchell
Joe Anderson
Danielle Panabaker
Christie Lynn Smith
Brett Rickaby
Preston Bailey
Direção:
Breck Eisner
Produção:
Rob Cowan
Michael Aguilar
Dean Georgaris
Fotografia:
Maxime Alexandre
Trilha Sonora:
Mark Isham