George Clooney que não aparecia na tela desde “Jogo do Dinheiro” de 2016 e atua e dirige este “O Céu da Meia Noite”, baseado no livro “Bom Dia Meia Noite” de Lily Brooks-Dalton como uma mistura de dois filmes em que atuou, “Gravidade” e “Tomorrowland” com uma pegada de “O Regresso” se encontrando com “Interestelar”.
Só que parece que ele dirige realmente dois filmes diferentes que seriam muito melhores se fossem separados de verdade. Clooney é Augustine, único remanescente num laboratório no Ártico depois de uma evacuação já que a Terra está em iminente perigo de extinção. Então ele encontra uma garotinha (a simpaticíssima estreante Caoilinn Springall) que aparentemente se escondeu de todos por um tempo e por causa dela, faz uma jornada para uma estação próxima em busca de contato de uma nave que volta de uma das luas de Júpiter.
Há o outro filme em paralelo que se passa nessa nave, comandada por Adewole (David Oyelowo de “Refém de Um Crime”) e Sully (Felicity Jones de “Os Aeronautas”) falando da odisseia de retorno a uma Terra na qual perderam contato depois de uma missão de dois anos nessa lua em busca de uma atmosfera viável para a vida.
Mesmo depois de uma pequena reviravolta no desfecho, ainda assim ambas as tramas pouco se cruzam e são desnecessárias umas às outras. O diretor ainda engata algumas sequencias da juventude do protagonista com um elenco fraco e com uma mensagem quase irrelevante, não fosse a pegadinha do final que talvez seja o melhor momento dramático, mas se dilui por tentar abraçar as várias “microtramas” de todos os personagens envolvidos.
O design de produção é de primeira, efeitos especiais de cair o queixo e colocados acertadamente sem apelação, mas o roteiro é clichê e só não naufraga por ser embalada pela trilha sonora campeã do mestre Alexandre Desplat de “Suite Francesa”.
“O Céu da Meia Noite” transforma duas boas histórias em um filme meia boca com um pé no drama barato.
Curiosidades:
– O roteiro foi todo adequado para a gravidez de Sully porque a atriz Felicity Jones estava realmente grávida.
– George Clooney perdeu quase 15kg pra fazer esse papel, já que o personagem dele tem câncer.
– A cena da tempestade de gelo foi feita numa tempestade real na Islândia. Como o personagem estava sem óculos Clooney só podia filmar durante 1 minuto antes que suas pálpebras congelassem.
Ficha Técnica
Elenco:
George Clooney
Felicity Jones
David Oyelowo
Caoilinn Springall
Kyle Chandler
Demián Bichir
Tiffany Boone
Sophie Rundle
Ethan Peck
Tim Russ
Miriam Shor
Direção:
George Clooney
Produção:
George Clooney
Bard Dorros
Grant Heslov
Keith Redmon
Cliff Roberts
Fotografia:
Martin Ruhe
Trilha Sonora:
Alexandre Desplat