Há um suspense aí: Garrett Hedlund (“Peter Pan”) é Tom um ator famoso que se encontra naquela espiral de drogas e depressão juntamente com sua arrogância e indolência. Ele parte para o deserto de Mojave para satisfazer o seu ego, mas encontra Jack (Oscar Isaac de “Star Wars”), um sociopata perigoso que vai perseguí-lo de volta pra casa.
Também há uma crítica de costumes, como a das celebridades aí: Tom e seus amigos e associados não ficam muito atrás do próprio sociopata, sendo que estes acabam com atitudes tão reprováveis quanto a do suposto assassino.
William Monahan – do péssimo “O Último Guarda Costas” – poderia ter feito um suspense no estilo de “A Morte Pede Carona” ou uma ótima comédia de humor negro. Entretanto, ele preferiu uma mistura que só funciona até certo ponto.
Tentando fazer um filme sério, ele expõe os trejeitos cômicos dos coadjuvantes – a frieza caricata de seu advogado (Walton Goggins de “Maze Runner – A Cura Mortal”) ou os surtos de seu produtor (Mark Wahlberg de “Todo o Dinheiro do Mundo” fazendo seu primeiro coadjuvante em 15 anos) – e ainda propõe uma quase surreal relação entre o Tom e Jack que estranha por deixar um caminho tão simples para o encontro dos dois e ao mesmo tempo fica morno. Ou seja, os vários elementos da narrativa não se combinam por mais que ela seja consistente para caminhar com o arco emocional dos personagens. Hedlund e Isaac dão conta do recado, mas estão apenas corretos em seus papéis, ou talvez até se divertindo.
“O Assassino de Mojave” tem o perfil do espectador do Supercine: suspense morno que não decepciona, mas também não decola. Dá pra colocar no fim da fila.
Ficha Técnica
Elenco:
Garrett Hedlund
Louise Bourgoin
Oscar Isaac
Tim Soergel
Walton Goggins
Niall Madden
Fran Kranz
Matt Jones
Mark Wahlberg
Ron Duncan
Oliver Cooper
Direção:
William Monahan
Produção:
Aaron L. Ginsburg
William Green
Justine Suzanne Jones
William Monahan
Fotografia:
Don Davis
Trilha Sonora:
Andrew Hewitt