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Esqueçam Zé do Caixão. A obra mais trash cometida em todos os tempos pelo cinema nacional atende pelo nome de “Mangue Negro“. Não que isso seja necessariamente um elogio. Uma comunidade de catadores de caranguejos do mangue se vê às voltas com uma legião de zumbis que surgem do nada depois que o mangue é contaminado de forma inexplicável. Os zumbis obedecem a todas às regas estipuladas pelos filmes “de verdade” que vieram anteriormente. Mas isso é o de menos.
Pra assistir “Mangue Negro” o espectador deve ser fã incondicional de trash amador ou então é ver só pra rir e falar mal depois. Os atores são mais engraçados em sua vã tentativa de interpretação que os próprios personagens. Mas é engraçado quando a ação começa. A falta de habilidade do diretor Rodrigo Aragão de coreografar uma cena de perseguição chega às raias do hilário. A câmera filmando a bala, depois o Luís tentando pegar a bala e depois a bala de novo, e por aí vai, é de gargalhar.
E talvez essa seja a vantagem: de tão ruim, fica engraçado e de tão engraçado o espectador pode sentir vontade de ver qual o próximo absurdo vai aparecer na tela. Já tinha dito na crítica de “Pânico na Floresta 3” que é em filmes como aquele que a gente vê como se faz uma boa maquiagem de terror de forma barata, mas eficiente. Aqui não é diferente, apesar de ser surpreendente que nós da terrinha com toda tosqueira que é esse filme, ainda conseguimos fazer uma maquiagem no mínimo interessante. Mesmo com alguns zumbis mais parecidos com alegoria de escola de samba, aqueles que interessam tiveram um tratamento diferenciado e bem feito, o que contrasta, e muito, com todos os outros aspectos de “Mangue Negro“.
Quase amador, tem a mesma vantagem de “2012“, salvo às devidas proporções: também não tenta se levar a sério. E talvez esse seja o segredo mesmo pro seleto grupo de pessoas que ainda vão se prestar a assistir a obra de Rodrigo Aragão: não levar nada a sério e achar graça de tudo. Quem sabe essa mórbida curiosidade pode levá-lo a ver até o final? Depois da avaliação abaixo, o marketing do filme pode fazer que nem alguns hotéis proclamam: “Mangue Negro: a única estrela é você“.
[rating:1]
Ficha Técnica
Elenco:
Walderrama dos Santos
Kika de Oliveira
André Lobo
Reginaldo Secundo
Markus Konká
Maurício Ribeiro
Direção:
Rodrigo Aragão
Produção:
Edilamar Fogo de Deus
Hermano Pidner
Fotografia:
Rodrigo Aragão
Trilha Sonora:
Jaceguay Lins
Orquestra Sinfônica do Espírito Santo sob regência de Helder Trefzger