Mandy

Nicolas Cage é como o serial killer Jason Vorhees da saga “Sexta-Feira 13”: Não adianta fugir que em algum momento você vai esbarrar com ele em algum filme obscuro.

Mas nada poderia preparar o público para isso: depois de participar da ficção psicodélica “A Cor que Caiu do Espaço”, agora ele chega num terror trash meio sonolento e aparentemente feito sob LSD.

Depois de uma interminável introdução que não tem nenhuma correlação com o que a trama quer contar, Cage no papel de Red e sua esposa Mandy (Andrea Riseborough de “A Morte de Stalin”) são atacados por uma seita satânica – inspirada na de Charles Manson – e então depois de quase morrer, Red enlouquece e sai a caça de todos eles.

A produção parece ter sido filmada toda por trás de inúmeros filtros fajutos de Instagram para dar uma estética esotérica ou, como citado antes, psicodélica, mas que só carece de sentido. Aliás, o único sentido é como se a história se passasse numa realidade alternativa (e o desfecho praticamente nos mostra isso).

O espectador demora quase metade do tempo esperando o evento que dará início à trama principal e quando ela acontece, há outra decepção: aquelas que poderiam ser as melhores cenas com muito sangue são feitas numa péssima iluminação (provavelmente para não revelar a deficiência dos efeitos de maquiagem) e algumas vezes é até meio difícil de acompanhar o que está acontecendo.

Se vale de alguma coisa, é ver Cage com cara de maluco e cada vez mais sem se levar a sério. Bom para ele e não tão bom para nós.

Mandy” é uma macarronada sem sentido que quer ser trash e até nisso perde a chance de ser bom, com uma duração muito acima do ideal (2 horas) com cenas “cabeça” intermináveis e desnecessárias, como a do tigre e a do confronto pateta entre Mandy e o líder da seita (Linus Roache de “Sem Escalas”).

É como se Quentin Tarantino e Rob Zombie se unissem pra fazer um filme propositalmente ruim.

Curiosidades:

– Há uma cena em que rasgam a camisa de Red e ele fala que essa era sua favorita. Mais tarde descobrimos que foi com essa camisa que ele conheceu Mandy.
– Apesar de ter sido feito em 2018, o filme se passa em 2010.
– A música do início do filme se chama “Starless” da banda King Crimson que foi lançada em 1974 em seu álbum Red, que é justamente o nome do protagonista.
– A música na longa cena do confronto entre Mandy e o líder da seita se chama “Amulet of the Weeping Maze” e foi realmente lançada no site independente Bandcamp e tem 17 minutos.
– Há uma cena em que deveria ser filmada com um grande iguana, só que quando o elenco chegou no set, era um tigre. O diretor Panos Cosmatos disse: “Então… mudei para um tigre” e começaram a filmar.
– O livro que Mandy está lendo durante parte do filme se chama “Seeker of the Serpent’s Kiss” e não existe de verdade. É o nome da composição musical feita por Jóhann Jóhannsson (“Maria Madalena”) para as cenas de leitura. Logo depois do lançamento do filme, Jóhannsson veio a falecer.
– Nicolas Cage teve um coach de grito (sim, você leu direito) para uma determinada cena.
– No início da crítica fiz a piada que Nicolas Cage é como o Jason de “Sexta Feira 13”. A piada é porque há uma cena em que Mandy diz que o casal mora em Crystal Lake que é justamente o nome de onde se passa a maior parte da saga de Jason.

Ficha Técnica

Elenco:
Nicolas Cage
Andrea Riseborough
Linus Roache
Ned Dennehy
Olwen Fouéré
Richard Brake
Bill Duke
Line Pillet
Clément Baronnet
Alexis Julemont
Stephan Fraser
Ivailo Dimitrov
Hayley Saywell

Direção:
Panos Cosmatos

Produção:
Nate Bolotin
Martin Metz
Daniel Noah
Adrian Politowski
Josh C. Waller
Elijah Wood

Fotografia:
Benjamin Loeb

Trilha Sonora:
Jóhann Jóhannsson

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