Juan Carlos Fresnadillo, diretor do excelente “Extermínio 2”, retorna ao gênero de terror (pelo menos é o que o trailer vende), contando a história de duas crianças: um menino que mora na Espanha apenas com a mãe e uma garota que mora nos EUA com seu pai, vivido por Clive Owen que parece ter gostado do papel de pai desde “Confiar”. Ambas as crianças tem algo em comum: são assombradas por algum tipo de entidade sobrenatural que parece se alimentar do medo das próprias, cuja existência parece ter começado a partir de um gatilho, o qual se revela como o grande mistério da trama.
A narrativa segue a passos lentos na mesma direção em que as crianças ficam cada vez mais coibidas pela estranha presença, enquanto seus pais tentam em vão entender o que se passa, achando-se cada vez mais incapacitados. Principalmente pelo personagem de Owen que tambem passa a vê-lo, mas é desacreditado por todos.
Lá pelo início do terceiro ato, há algo que poderá agradar a alguns pela originalidade, porém decepcionar a outros pela irregularidade: a produção começa a se misturar com o gênero de drama e este começa a tomar o lugar do suspense, visto que o terror fica cada vez mais a parte. Isso é crucial para seu desfecho, o qual apesar da ótima sacada temporal, ainda assim talvez soe morno para quem “comprou” o filme como um terror.
“Intrusos” é irregular e deve dividir preferências, mas ninguém poderá acusá-lo de não ser original e com um drama até mais envolvente do que o terror. Talvez tenha sido o caso de um marketing equivocado.
Ficha Técnica
Elenco:
Clive Owen
Carice van Houten
Daniel Brühl
Pilar López de Ayala
Ella Purnell
Izán Corchero
Kerry Fox
Héctor Alterio
Adrian Rawlins
Michael Nardone
Mark Wingett
Direção:
Juan Carlos Fresnadillo
Produção:
Belén Atienza
Mercedes Gamero
Enrique López Lavigne
Fotografia:
Enrique Chediak
Trilha Sonora:
Roque Baños