Gringo: Vivo ou Morto (“Gringo”)

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Povoado de artistas do primeiro time de Hollywood, essa comédia sem grandes destaques não empolga, mas também não decepciona.

Não empolga pela trama que é bastante extensa e não se fixa num ponto narrativo: David Oyelowo de “A Rainha de Katwe” é Harold, um gerente certinho que trabalha para uma empresa farmacêutica comandada pelo corrupto Richard (Joel Edgerton de “Destino Especial”) e sua assessora e amante Elaine (Charlize Theron de “Atômica”). Eles vão para o México para uma duvidosa transação sem o conhecimento de Harold e ele acaba ficando por lá sendo alvo de traficantes. Na verdade a história – ou seus arcos – é muito mais do que isso, mas seria perda de tempo contar.

Quem dirige é o irmão de Joel Edgerton, Nash, que retribui o favor de quando fez uma participação no filme de Joel, “O Presente”. Ele foi burocrático ao adaptar um roteiro muito esparso que dilui diálogos inteligentes e boas atuações com situações desnecessárias, por exemplo, uma subtrama inteira com Amanda Seyfried (“Mamma Mia 2”) que não agrega em absolutamente nada. Além disso, há vários furos que tentam ser tapados de qualquer jeito e incomodam até mesmo quem luta para desligar o cérebro e relevar.

Por outro lado, o trio de protagonistas e a participação do sempre competente Sharlto Copley (“Free Fire”) como um mercenário gente boa são os pontos altos, donos das melhores falas (Theron está deliciosamente má), juntamente com poucas, mas boas cenas de ação, principalmente no terceiro ato.

Destaque pra ótima trilha de Christophe Beck (“Homem-Formiga e a Vespa“) que adapta algumas boas músicas incidentais para o ritmo mexicano como nos créditos finais ao som de Just Like Heaven do The Cure.

Gringo” tem um saldo positivo por conta de sua produção bem feita, mesmo com condução duvidosa e um elenco que é sempre bom de ver trabalhando e um desfecho que pega bem.

Curiosidades:

– Há uma cena em que a personagem de Amanda Seyfriend diz pra Harold que ela quase caiu naquele golpe de e-mail de um príncipe nigeriano que diz que a pessoa ganha milhões de dólares. David Oyelowo é filho dos reis da tribo Yoruba nas Nigéria e portanto, de certa forma, é um príncipe nigeriano. Inclusive ele fez questão de usar o sotaque do dialeto Yoruba para o protagonista.
– O diretor é fã do escritor Ernest Hemingway e colocou várias referências de um de seus livros favoritos, O Sol Também Se Levanda. Inclusive o livro aparece numa das cenas. Inclusive o nome do bar que aparece no final é o mesmo que Hemingway, quando vivo, frequentava em Manhattan.

Ficha Técnica

Elenco:
Joel Edgerton
Charlize Theron
David Oyelowo
Thandie Newton
Sharlto Copley
Amanda Seyfried
Bashir Salahuddin
Glenn Kubota
Melonie Diaz
Harry Treadaway
Theo Taplitz
Paris Jackson
Yul Vazquez
Hernán Mendoza
Hector Kotsifakis

Direção:
Nash Edgerton

Produção:
A.J. Dix
Nash Edgerton
Beth Kono
Anthony Tambakis
Charlize Theron
Rebecca Yeldham

Fotografia:
Eduard Grau

Trilha Sonora:
Christophe Beck

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