Emily

A cinebiografia de Emily Brontë, autora do clássico da literatura “O Morro dos Ventos Uivantes” é contada pela atriz e agora diretora estreante Frances O’Connor de “Invocação do Mal 2”.

Emma Mackey de “Morte no Nilo” e que parece uma versão de Margot Robbie de cabelos negros, é Emily com uma personalidade soturna e introspectiva e a trama acompanha seu florescimento como escritora em dois aspectos que correm em paralelo: sua tenra relação com o irmão (Fionn Whitehead de “Dunkirk”) e o romance proibido com um novo pároco (Oliver Jackson-Cohen de “A Filha Perdida”).

A abordagem narrativa que a diretora utiliza é como se Jane Austen estivesse no meio de um pesadelo. Explico: a vida Emily Brontë se passa no mesmo tempo e espaço em que se passam os romances da renomada Jane Austen com inúmeros livros que viraram filmes como “Orgulho e Preconceito”, “Emma”, “Persuasão” entre outros. Só que a estrutura da história é cheia de edições que criam um clima abstrato, que seria de sonho, não fosse a maneira soturna da filmagem. Há uma cena em particular, da “brincadeira da máscara”, que facilmente se passaria sozinha por um curta-metragem de horror dos bons.

Essa variação entre um pesadelo e um drama tradicional de época é peculiar e há momentos interessantes, mas a obra tem um sério problema estrutural: talvez propositalmente seus realizadores não quiseram que o espectador entendesse no detalhe a linha temporal que separa os eventos do filme. Entretanto, o grande feito da personagem parece ser desconectado com tudo o que ela vive.

Não há linha narrativa ou eventos que culminem na escrita do livro, muito menos que tenha relação com o conteúdo do livro, o qual nunca é explicitado, mas basta uma rápida pesquisa para internet para entender que “O Morro dos Ventos Uivantes” é uma história que em nada lembra a vida de Emily.

A vida de Emily, como a vida da maioria, dá um bom drama, por mais que tenha sido filmado como se fosse “no lado negro da Força”, como se uma entidade maligna sempre pairasse pelo ar. Acaba sendo um filme esforçado, curioso de se ver, mas que não conecta o público com o cerne da realização da protagonista.

Curiosidades:

  • Das duas tramas principais, a do irmão e a do amante, apenas a do irmão é verdadeira. A do reverendo que se torna seu amante é algo que nunca foi documentado e foi colocado no roteiro para romantizar a sua vida.
  • Outra coisa que não é verdade é Emily ter acompanhado o sucesso de seu livro. Apesar de ter tido o primeiro êxito só de ser impresso, ele só foi ser um sucesso após a sua morte.
  • Como algumas escritoras da época, o livro foi lançado com um pseudônimo masculino.
  • Não é dito no filme, mas Emily morreu de constipação grave seguida de pneumonia.
  • Apesar de parecerem fatos muito próximos, entre o enterro do irmão e a doença de Emily se passaram 3 meses.
  • A irmã de Emily, Anne, morreria 1 ano depois do final do filme.

Ficha Técnica:

Elenco:
Emma Mackey
Oliver Jackson-Cohen
Fionn Whitehead
Alexandra Dowling
Amelia Gething
Adrian Dunbar
Gemma Jones
Veronica Roberts
Gerald Lepkowski
Cara Foley
Paul Warriner
Sacha Parkinson
Emma Bowe
Philip Desmeules

Direção:
Frances O’Connor

História e Roteiro:
Frances O’Connor

Produção:
David Barron
Robert Connolly
Robert Patterson
Piers Tempest
Brett Wilson

Fotografia:
Nanu Segal

Trilha Sonora:
Abel Korzeniowski

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