A derradeira parte da franquia mais assustadora do cinema espanhol é apenas a prova inconteste de que “Rec 3”, seu antecessor, foi completamente desnecessário e um desperdício. Tanto que quase corrói a credibilidade de seus criadores Paco Plaza e Jaume Balagueró.
Esta produção começa de onde a segunda parte parou. Agentes das forças armadas resgatam a repórter Ángela Vidal (Manuela Velasco) e a levam para um navio em alto mar sem comunicação com o exterior e sem maneira aparente de escapar. Lá eles realizam testes em cepas de vírus para descobrir a cura. Obviamente, o vírus vai escapar expondo todos a um perigo mortal.
Pra não expurgar “Rec 3” de vez, eles ainda colocam uma personagem sobrevivente do massacre do casamento como uma tentativa frustrada de dar relevância a algo indefensável.
Abandonando de vez o estilo “found footage” (nada contra, mas até acho que estava mais do que na hora), o diretor se apega na filmagem tradicional em terceira pessoa e faz do roteiro uma mistura de “Alien” (a claustrofobia do navio, lembrando a nave Nostromo), “Extermínio” (as criaturas meio zumbis que correm em alta velocidade) e “O Enigma do Outro Mundo / A Coisa” (o fato de não sabermos quem carrega o organismo que gerou o vírus). Sendo uma colagem de vários outros filmes, perde-se a originalidade, mas pelo menos continua-se com a competência de filmagem dos cineastas que conseguem estabelecer o mínimo clima de tensão e uma até que razoável reviravolta no último ato.
“Rec 4 – Apocalipse” é um desfecho razoável para a saga, mas longe do poder exercido pelos dois primeiros filmes. E ainda conta com uma desnecessária cena depois dos créditos.
Ficha Técnica
Elenco:
Manuela Velasco
Paco Manzanedo
María Alfonsa Rosso
Ismael Fritschi
Críspulo Cabezas
Héctor Colomé
Mariano Venancio
Emilio Buale
Javier Laorden
Javier Botet
Direção:
Jaume Balagueró
Produção:
Julio Fernández
Fotografia:
Pablo Rosso
Trilha Sonora:
Arnau Bataller