Piercing

Um filme muito doido sobre um cara muito doido (Christopher Abbott de “Um Negócio de Risco”) que tem o fetiche de ser um psicopata e matar uma garota de programa. Só que a garota que ele chama para ser sua potencial vítima (Mia Wasikowska de “Alice Através do Espelho”).

O diretor Nicolas Pesce do remake de “O Grito” quis fazer com que a estética falasse mais alto que a história. Isso funciona quando a história também funciona.

Enquanto a abordagem visual é ousada com tons vintage ou retrôs, incluindo miniaturas emulando tomadas externas de prédios, a trama se desenvolve numa espécie de David Cronenberg disfuncional e que tenta esticar ou valorizar eventos simples através de gags visuais, mas mesmo sendo de curta duração para um longa metragem (cerca de 80 minutos), esses prolongamentos cansam, revezando-se entre a inteligência (parte do que o protagonista experimentava era só na mente dele?) e puro enchimento de linguiça (quase todo o resto).

Se o primeiro ato – a preparação – é o mais intrigante com uma ótima sequencia onde ele treina o assassinato com efeitos sonoros como se fossem reais, seu desfecho se torna um grande adiamento continuo para terminar com uma piada que rima com algo dito antes, mas que não faz sentido, muito menos esclarece as motivações dos personagens nessa escalada de eventos. E pronto, fica por isso mesmo.

Piercing” é a prova que a forma sobre o conteúdo não vinga quando não há conteúdo.

Ficha Técnica

Elenco:
Christopher Abbott
Laia Costa
Mia Wasikowska
Will Brill
Paul Nazak
Wendell Pierce
Olivia Bond
Dakota Lustick
Maria Dizzia
Marin Ireland

Direção:
Nicolas Pesce

Produção:
Antonio Campos
Josh Mond
Jacob Wasserman
Schuyler Weiss

Fotografia:
Zack Galler

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