O Grito (“The Grudge”)

Era para ser um remake, ou seja, partindo do zero, recriar ou reimaginar os acontecimentos do filme homônimo de 2004 que por si só já é um remake do clássico do terror japonês “Ju-On” de 2002 de Takashi Shimizu. Ledo engano.

Quem vê esse como primeira vez, a produção consegue explicar o que aconteceu sem a ajuda dos outros filmes, mas de verdade esse é um spin-off, isto é, não é uma continuação, mas se passa no mesmo universo da franquia americana, mais precisamente entre os filmes “O Grito” de 2004 e “O Grito 2” de 2006.

Uma enfermeira que teve contato com aquela casa assombrada pelos espíritos de Kayako e família volta para os EUA e mata a sua própria família dando origem a uma nova maldição que vai atingir três linhas do tempo diferentes: em 2004, o corretor de imóveis Peter (John Cho de “Buscando…”); em 2005 um casal e a cuidadora Lorna (Jacki Weaver de “Quando Te Conheci”); e em 2006, onde se passa a trama principal, a policial Muldoon (Andrea Riseborough de “Escondidos”) que, junto com seu parceiro Goodman (Demián Bichir de “A Freira”) tentam descobrir o mistério envolvendo todas essas mortes.

Bons sustos não são problema, já que a condução quase frenética não dá descanso ao espectador seja em qualquer uma das linhas do tempo, com o interessante uso das edições, posições de câmera e sonoplastia para criar a tensão necessária, se bem que nada muito original. Funciona melhor se o espectador não se preocupar muito com a lógica dos acontecimentos.

Um ponto positivo é que os personagens são bem realista com os fatos e suas decisões são racionais, o que já é um alívio num gênero que geralmente força a barra em tomadas de decisão suicidas.

Talvez um dos únicos e grande problema do roteiro é para quem já conhece a franquia: o fato de que a maldição é aparentemente imbatível e depois de tantos filmes seja na franquia americana ou na japonesa pode desestimular quem tenta arriscar ver “mais um” (entre aspas). Já para os neófitos, o roteiro desce mais redondo e o desfecho até anima, mas não ao ponto de se buscar uma continuação no futuro.

O Grito” é mais do mesmo pra quem já viu e satisfatório pra quem tá começando, com destaque para uma boa direção e assertividade em linhas do tempo distintas, apesar de originalidade zero.

Curiosidades:

– Primeiro filme de todas as franquias, seja americana ou japonesa, que não teve o envolvimento de seu criador, Takashi Shimizu.
– Sinistro: há uma participação especial da esposa de Demián Bichir, Stefanie Sherk como uma terapeuta. Detalhe: ela se suicidou pouco depois das filmagens.
– O número da casa principal é 44, homenagem ao curta-metragem que deu origem à franquia japonesa Ju-On chamado “444444444”.
– Muitas cenas do trailer não chegaram ao corte final do filme como por exemplo, a cena dos cabelos saindo da banheira ou a cena do espírito no teto ou a cena do espírito rastejando na parede.

Ficha Técnica

Elenco:
Andrea Riseborough
John J. Hansen
Demián Bichir
Lin Shaye
John Cho
Betty Gilpin
William Sadler
Tara Westwood
Junko Bailey
David Lawrence Brown
Zoe Fish

Direção:
Nicolas Pesce

Produção:
Takashige Ichise
Sam Raimi
Rob Tapert

Fotografia:
Zack Galler

Trilha Sonora:v
The Newton Brothers

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