https://www.youtube.com/watch?v=eOHzUp6VEbM
Sem dúvida, podemos considerar este como o terceiro filme da franquia, desprezando os outros dois de 2009 (“A Salvação“) e 2003 (“A Rebelião das Máquinas“). Até porque é isso que o próprio roteiro faz e, apesar de “A Salvação” ser um ótimo filme, convenhamos que destoa da linha narrativa que James Cameron tinha definido nos dois primeiros e que o diretor Alan Taylor (de “Thor: Mundo Sombrio”) retoma aqui com a própria benção de Cameron.
Aproveitando (ou melhor, chupando) a premissa de reboot escrita para “Star Trek” de J.J. Abrams e que também foi usada em “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”, o filme mostra o dia decisivo da guerra entre homens e máquinas, onde, ao ver que está perdendo, Skynet envia o Exterminador T-800 para 1984 com a missão de matar Sarah Connor (Emilia Clarke de “A Recompensa”, mas mais conhecida por “Game of Thrones”). Então John Connor (Jason Clarke de “Planeta dos Macacos: O Confronto”) envia seu braço direito Kyle Reese (Jai Courtney de “Promessas de Guerra”) para salvá-la, exatamente como no primeiro filme de 1984. Só que ao chegar lá, o passado se alterou com a presença de um novo Exterminador (Schwarzenegger, óbvio), a chegada de um T-1000 e a esperança de destruir a Skynet antes mesmo dela começar.
O grande problema é que em nenhum momento o filme explica o porque dessa reviravolta (ou mistureba), a qual temos que engolir a seco e – quem sabe – esperar que as próximas duas partes respondam a questão (sim, será uma trilogia). E durante a projeção aparecem cada vez mais perguntas sem nenhuma resposta. O segundo ponto negativo (entre aspas) é o excesso de humor, o que era praticamente inexistente nos primeiros dois filmes da série. Já neste, parece existir muitas cenas com o único objetivo de fazer rir. Tantas que às vezes o próprio roteiro esquece o senso de urgência e seriedade da trama principal. Aliás, Schwarzenegger aparece muito mais cômico que ameaçador, o que não é um elogio, apesar de ser o seu carisma o maior dentre o elenco sem muito brilho.
Por outro lado, o filme joga sujo (o que é ótimo) ao brincar com a memória afetiva de quem já viu a série inteira, evocando, referenciando, homenageando e até reconstruindo cenas inteiras do nosso passado cinéfilo. Inclusive é incrível a revolução dos efeitos especiais quando se vê como rejuvenesceram Arnold Schwarzenegger para interpretar o T-800 de 1984, em comparação com o mesmo processo feito há seis anos para a continuação passada “A Salvação”.
Com uma cena desnecessária após os créditos (o que me faz temer pelo roteiro do próximo), “O Exterminador do Futuro: Genisys” é mediano, tem graves problemas de narrativa e ritmo, mas é o primeiro a fazer jus na linguagem e narrativa ao início da série (os dois primeiros) e que, só por isso, já merece inúmeros créditos.
Ficha Técnica
Elenco:
Arnold Schwarzenegger
Jason Clarke
Emilia Clarke
Jai Courtney
J.K. Simmons
Dayo Okeniyi
Matt Smith
Courtney B. Vance
Byung-hun Lee
Michael Gladis
Sandrine Holt
Wayne Bastrup
Gregory Alan Williams
Otto Sanchez
Matty Ferraro
Direção:
Alan Taylor
Produção:
David Ellison
Dana Goldberg
Fotografia:
Kramer Morgenthau
Trilha Sonora:
Lorne Balfe