Se esse é o filme da geração Tok Tok, estamos perdidos. Se esses personagens representam a geração Tik Tok, melhor mudarmos para Marte. Calma… Respira… Vamos lá…
Um dos filmes mais insuportáveis do ano também responde por um hype que sabe Deus como surgiu.
Um bando de riquinhos se reúne para uma noite de drogas e diversão na mansão de um deles enquanto um furacão passa pela cidade. Quando um deles aparece morto, todos são suspeitos e daí a coisa degringola.
A sinopse não é das piores. A mensagem por trás disso quando o filme acaba também não: de como eventos aleatórios num ambiente delicado contribuem para a desestruturação completa de um grupo que se tem como amigos.
O filme começa como uma reverberação do polêmico drama “Kids” de Larry Clark feito em 1995, mas que não tem nada a ver com a história. E segue um ritmo lento, quase parando, aliás muito diferente do espírito dessa nova geração que tem dificuldade para manter atenção em vídeos longos e arrastados.
Por incrível que pareça se mantém assim: não há mortes de impacto (obrigação em qualquer filme desse tipo), pouquíssimos sustos, um suspense que nunca decola, apesar da identidade do suposto assassino se manter incógnita até o final, e diálogos chatíssimos. Além disso, ainda há uma tentativa de se provocar tensão colocando a maior parte das cenas num breu total apenas iluminado pelas luzes de celulares. Só esqueceram que sem uma trama dinâmica, nada acontece e o tiro sai pela culatra.
Aliás, mais chatos que os diálogos são os personagens. Há muito tempo uma história não reúne um conjunto de personagens tão medíocres e idiotas. Mesmo com a desculpa óbvia que estão drogados, suas atitudes são tão suicidas (guarde essa palavra) que a gente chega ao ponto de torcer para o assassino quem quer que ele seja, contanto que ele se mate no final. Depois a gente chega no ponto de querer entrar no filme e matar todo mundo inclusive o assassino por ele ser lento e sem criatividade.
O elenco, por mais que fale, é como se entrasse mudo e saísse calado. Ninguém causa afinidade no espectador e, por isso, suas mortes praticamente não surtem efeito. Até gente de talento como Amandla Stenberg de “Querido Evan Hansen” ou Lee Pace de “Programado Para Vencer” não produzem o resultado que se espera. Finalmente a que parece ser a protagonista, a atriz búlgara Maria Bakalova que ficou famosa em “Borat 2” tenta passar o suspense de que talvez seja a assassina e acaba sendo a mais canastrona.
“Morte Morte Morte” tenta ser um filme de terror bem humorado e não consegue; tenta ser uma comédia de humor negro e não consegue, e até a piadinha no final parece perdida em meio a uma direção totalmente equivocada. Chato chato chato.
Ficha Técnica:
Elenco:
Amandla Stenberg
Maria Bakalova
Rachel Sennott
Chase Sui Wonders
Pete Davidson
Myha’la Herrold
Lee Pace
Direção:
Halina Reijn
Roteiro:
Sarah DeLappe
Kristen Roupenian
Produção:
Ali Herting
David Hinojosa
Fotografia:
Jasper Wolf
Trilha Sonora:
Disasterpeace