Uma emocionante animação australiana que mesmo com a antiga técnica com bonecos de massa consegue o grande feito de tocar o coração do espectador. Mary é uma garota de 8 anos que vive numa árida Austrália e começa a se comunicar por carta com Max, de 44 anos, também solitário e ainda por cima com síndrome de Asperger, uma síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo.
Nas vozes de Toni Collette (“Ao Entardecer“) e Philip Seymour Hoffman (“Os Piratas do Rock“), o filme nada mais é que uma troca de cartas onde Mary e Max, respectivamente, falam sobre suas condições e como andam as suas vidas, com todos os seus altos e baixos, com uma imensa sensibilidade e um fino toque de humor certeiro.
Da mesma forma o público antenado na internet acompanha algo que só seria concebível há mais de uma década atrás, como a ansiedade dos personagens pela espera de uma carta e como esse meio de comunicação afeta o sentimento de ambos provocando atritos e ao mesmo tempo uma evolução de amizade crescente entre seus extremos.
Com uma narrativa que pode parecer morosa para alguns (imaginem o que é uma simples troca de cartas), “Mary & Max” tem a duração imaculada de 80 minutos, vital para uma história concisa sem saturar a quem assiste. Mais do que isso, planta lágrimas nos olhos daqueles de sentimento mais aflorado. E ainda tem em sua técnica antiga, uma apurada tecnologia por trás que dá vida e carisma aos personagens, além daqueles já proporcionado pelos seus intérpretes. Uma das animações mais originais de todos os tempos.
Ficha Técnica
Elenco:
Toni Collette
Philip Seymour Hoffman
Eric Bana
Bethany Whitmore
Renée Geyer
Michael Ienna
Barry Humphries
Direção:
Adam Elliott
Produção:
Melanie Coombs
Fotografia:
Gerald Thompson
Trilha Sonora:
Dale Cornelius