Herança de Sangue (“Blood Father”)

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É um arroz com feijão dos filmes de ação até muito bem elaborado e conduzido. O que é indiscutível é que a produção chega a ser emblemática na carreira do veterano Mel Gibson que deu as caras lá atrás em “Mercenários 3”. Justamente porque seu personagem, Link, é um homem que, como o ator, cometeu todos os erros possíveis no passado, desde consumidor contumaz de drogas, beberrão e até antissemitismo. Coincidência ou não, o roteiro faz questão de colocar todos esses elementos na trama.

Depois de passar anos na prisão, um ano já sob condicional e limpo de drogas e bebida há dois anos, ele vive num trailer como tatuador e seu principal objetivo é achar sua filha Lydia (a delicinha Erin Moriarty de “Capitão Fantástico”). Até que ela aparece do nada fugindo de traficantes mexicanos após ter sem querer ter aparentemente matado um dos líderes locais e seu namorado Jonah (Diego Luna de “Rogue One”). Então os dois tentam fugir e achar uma saída pra essa encrenca.

O diretor francês Jean-François Richet (“Inimigo Público Nº 1”) não faz concessões hollywoodianas e consegue criar cenas tensas com violência explícita que tá pra empolgar o público, apesar de se concentrar mais – e talvez corretamente – na relação entre pai e filha e na tal herança de erros cometidos que podem estragar a geração seguinte se não for bem cuidada.

Mel Gibson pode ser tudo, mas não é limitado. Já com rugas e marcas que a idade e uma vida pregressa recheada de erros, ele parece cair como uma luva no papel e por isso, não só parece ser emblemático, como comentado no início, como há uma naturalidade e frescor que faz com que o filme suba mais um degrau, transformando-se no que poderia ser um exemplar de ação de mediano pra bom em algo com mais profundidade sem deixar os clichês básicos do gênero de lado.

Por essas e outras “Herança de Sangue” talvez mereça ser visto mais do que a média: tem um bom roteiro (que acerta mais do que erra), um elenco que compra a briga da trama com Mel Gibson liderando em grande estilo, e ainda uma mistura de drama e ação que conseguiu fazer sentido e ser relevante.

Curiosidades:

– É a segunda vez que Mel Gibson faz um personagem que mora num trailer que é metralhado, sendo o primeiro seu icônico Tenente Riggs de “Máquina Mortífera”.
– O filme que Lydia assiste no cinema é “Assalto à 13º Delegacia” dirigido pelo mesmo Jean-François Richet, também diretor de “Herança de Sangue”.
– O ator que interpreta o sicário (o assassino sanguinário) também atuou no próprio “Sicario: Terra de Ninguém”. Por sinal, ele foi indicação de Mel Gibson, pois já o dirigiu em “Apocalipto”.
– A perseguição de motocicleta foi uma homenagem a season finale da série “Filhos da Anarquia”, preferida do diretor.

Ficha Técnica

Elenco:
Mel Gibson
Erin Moriarty
Diego Luna
Michael Parks
William H. Macy
Miguel Sandoval
Dale Dickey
Richard Cabral
Daniel Moncada
Ryan Dorsey
Raoul Max Trujillo

Direção:
Jean-François Richet

Produção:
Chris Briggs
Pascal Caucheteux
Peter Craig
Sebastien Lemercier

Fotografia:
Robert Gantz

Trilha Sonora:
Sven Faulconer

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