Fome de Poder (“The Founder”)

https://www.youtube.com/watch?v=hpSRzLUFkN4

Fome de Poder” é o que aconteceu em “A Rede Social” só que na década de 50: um homem conheceu uma idéia que outros dois homens tiveram, e então a partir dela criou um conceito que potencializaria esta idéia. Só que para isso se materializar, ele teria que tirar a idéia de seus criadores. Se no alvorecer da tecnologia atual, tivemos o jovem Mark Zuckerberg desenrolou esse imbróglio transformando-se no dono da rede social mais relevante dos nossos tempos, em 1953, Ray Kroc, já na casa dos seus 50 anos, fez muito mais, pegando a idéia dos inocentes irmãos McDonalds e alçando-a como um dos maiores símbolos americanos de todos os tempos e há muitos anos, um ícone mundial.

Interpretado brilhantemente por Michael Keaton (“Spotlight”), Ray era um persistente vendedor de aparatos para restaurantes quando dá de cara com uma lanchonete com conceitos revolucionários, principalmente na agilidade. E é então que começa o relacionamento de Ray com Dick e Mac Mc Donalds (Nick Offerman, o eterno Ron Swanson da série “Parks & Recreation” e John Carroll Lynch de “Milagres do Paraíso” respectivamente).

O diretor John Lee Hancock de “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” preparou todo o terreno com um design de produção intocável que faz uma ótima reconstituição de época que, de tão boa, passa despercebida para que Keaton e elenco desempenhem com maestria. Aliás, todos estão corretíssimos. Lógico que o protagonista é muito mais que alguém simplesmente sem caráter, pois Keaton o molda como um homem persistente que tem dificuldade de lidar com os próprios sentimentos (vide seu relacionamento com a primeira esposa), tem pouca segurança em certas decisões, mas muita garra, além de entender as consequências de seus atos e não se vangloriar dos meios, mas sim dos fins.

O roteiro dá uma aula de diálogos inteligentes como a rima poética entre o fictício disco de auto-ajuda que Ray escuta no primeiro ato e sua preparação para um discurso no final; ou a cena do banheiro próximo ao desfecho onde entendemos porque nosso anti-herói fez as coisas exatamente daquele jeito.

Fome de Poder” é um drama completo onde roteiro, aspectos técnicos, direção e principalmente a atuação compõe pilares igualmente relevantes com o melhor dos resultados.

Curiosidades:
– Para a cena do piano que dura alguns minutos, Michael Keaton teve meses de aula de piano.
– Ironia: Tom Hanks era o primeiro cotado para o papel, mas não pôde aceitar e foi substituído por Michael Keaton. Em 1993 Michael Keaton era o primeiro cotado para estrelar o drama “Filadélfia” mas não pôde aceitar e foi substituído por Tom Hanks. O detalhe é que Tom Hanks ganhou o Oscar por Filadélfia e sua carreira deslanchou.
– A empresa que Ray Kroc trabalhava antes de entrar no negócio do Mc Donalds ainda existe e é uma de suas principais fornecedoras de aparelhos.
– John Caroll Lynch memorizou todas as suas falas como numa peça de teatro e em momento algum precisou recorrer ao roteiro.
– No filme, o casal Ray e Ethel parece não ter filhos. Na vida real eles tiveram uma menina.
– Na cena em que Michael Keaton dá uma porrada na mesa, ele sofreu uma fratura na mão.
– No filme, Mac vai parar no hospital por conta do stress. 10 anos depois ele vem a morrer por causa das complicações de sua condição.
– Há uma cena em que Ray admira a foto de um McDonalds com os arcos dourados e os irmãos dizem que só havia um com aquele design. Na vida real, haviam dois daquele jeito naquela época.

Ficha Técnica

Elenco:
Michael Keaton
Nick Offerman
John Carroll Lynch
Linda Cardellini
B.J. Novak
Laura Dern
Justin Randell Brooke
Kate Kneeland
Patrick Wilson
Griff Furst
Wilbur Fitzgerald
David de Vries
Andrew Benator
Cara Mantella
Randall Taylor

Direção:
John Lee Hancock

Produção:
Don Handfield
Aaron Ryder

Fotografia:
John Schwartzman

Trilha Sonora:
Carter Burwell

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