A Vida Elétrica de Louis Wain (“The Electrical Life of Louis Wain”)

Esqueçam qualquer outra interpretação de Benedict Cumberbatch por melhor que ela seja, como na amplamente premiada de “O Jogo da Imitação”. Ele como Louis Wain tem tudo para levar mais uma pá de indicações que só não virão se outros lobbies forem mais fortes.

Feito para a Amazon Originals, Louis ficou mundialmente conhecido na transição dos séculos XIX para o XV pela sua arte em desenhar gatos, o que tornou o animal um forte concorrente dos cachorros como principal animal de estimação, o que perdura até os dias atuais.

O filme mostra seu arco de vida: com um alto grau de autismo, ele mora com suas irmãs que não lhe valorizam, o que piora ainda mais a sua situação que começou desde o naufrágio dos pais quando pequeno. Tudo muda quando conhece a nova governanta Emily (Claire Foy de “Millennium”), pela qual se apaixona e vive uma breve calmaria até os infortúnios se abaterem sobre ele novamente.

O roteiro consegue ser bastante intimista ao focar totalmente no protagonista, mas mostra um design de produção excelente com uma reconstituição de época sensacional. Todo o ciclo narrativo, desde a visão do espectador ou nos delírios de Wain a fotografia de Erik Wilson (“As Aventuras de Paddington”) é um diferencial, pois dá ar de fábula e de uma narrativa etérea a um tema delicado.

Para juntar bastante emoção, o compositor ainda desconhecido Arthur Sharpe conseguiu notas inéditas do início ao fim, traduzindo os sentimentos de Louis e convidando o espectador a se juntar a ele na sua dura jornada.

Mas nada chega perto da performance de Cumberbatch: acompanhar sua persona agitada, apaixonada e ao mesmo tempo depressiva ao longo das décadas e ver como a idade vai mudando e piorando sua condição talvez seja uma das coisas mais emocionantes desse ano, principalmente quando se entende que foi uma história real.

A Vida Elétrica de Louis Wain” é o triunfo de Benedict Cumberbatch e de toda a equipe de transformar uma história que poderia ter sido simplesmente simplória em algo que transcende sua própria natureza. Recomendadíssimo.

Curiosidades:

– Na vida real Emily é 10 anos mais velha que Louis. Já com os atores Claire Foy é 8 anos mais nova que Benedict Cumberbatch.
– O desconhecido diretor Will Sharpe fez um primeiro projeto em 2016 chamado “Flores”. Em “A Vida Elétrica de Louis Wain”, todo o elenco de “Flores” aparece de alguma forma, seja como coadjuvantes ou figurantes.
– A palavra gato é dita 64 vezes no filme.

Ficha Técnica

Elenco:
Benedict Cumberbatch
Claire Foy
Andrea Riseborough
Toby Jones
Stacy Martin
Nick Cave
Olivia Colman
Sharon Rooney
Aimee Lou Wood
Hayley Squires
Phoebe Nicholls
Adeel Akhtar
Asim Chaudhry
Taika Waititi
Crystal Clarke
Daniel Rigby
Richard Ayoade
Julian Barratt
Dorothy Atkinson

Direção:
Will Sharpe

Produção:
Adam Ackland
Ed Clarke
Leah Clarke
Guy Heeley

Fotografia:
Erik Wilson

Trilha Sonora:
Arthur Sharpe

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