Mads Mikkelsen de “Os Três Mosqueteiros” é David, um pai de família que perde tudo depois da morte de sua filha na piscina, fruto de sua ausência por estar transando com a amante. Passados cinco anos e à beira de tentar um suicídio, ele descobre um portal que o leva ao exato dia da morte de sua filha. Ele consegue salvá-la, porém, num acidente mata seu duplo naquela realidade alternativa. Daí David se faz passar por ele mesmo mais jovem tentando se ajustar à sua vida e reparando seus erros. O que ele não sabe é que ele não é o único a descobrir o portal.
Claramente inspirado em “O Efeito Borboleta” – inclusive a borboleta é um elemento chave no primeiro ato – a produção alemã do diretor Anno Saul é hábil em manter o espectador sempre alerta para novos acontecimentos, revezando bem as cores quentes, representando uma pseudo-felicidade, às soturnas, onde a tensão cresce cada vez mais. Palmas para a diretora de fotografia Bella Halben.
O roteiro se vale de reviravoltas que mesmo não tão chocantes, mas que sempre direcionam a história para onde o público menos espera. Tanto o introspectivo Mikkelsen quanto a bela e carismática Jessica Schwarz (“Perfume – A História de um Assassino”) carregam o filme com facilidade e são donos de uma ótima química que cresce vertiginosamente no último ato. Atos este que foge de todos os clichês de Hollywood e que só tem essa força por estar fora da indústria americana.
“A Porta” consegue equilibrar todos os elementos técnicos e narrativos para construir um suspense muito acima da média que vai surpreender quem tiver a sorte de assisti-lo.
Ficha Técnica
Elenco:
Mads Mikkelsen
Jessica Schwarz
Valeria Eisenbart
Thomas Thieme
Tim Seyfi
Stefan Gebelhoff
Suzan Anbeh
Heike Makatsch
Direção:
Anno Saul
Produção:
Stefan Schubert
Ralph Schwingel
Bjoern Vosgerau
Fotografia:
Bella Halben
Trilha Sonora:
Fabian Römer