Vermelho, Branco e Sangue Azul (“Red, White & Royal Blue”)

Esse conto de fadas com dois príncipes é um romance adulto que começa com uma boa abordagem jovial que até lembra o formato da trilogia “Para Todos os Garotos que Já Amei”.

O ainda desconhecido Taylor Zakhar Perez é Alex, filho da Presidente dos EUA (Uma Thurman de “Em Guerra com o Vovô”), enquanto Nicholas Galitzine de “Cinderela” é o Príncipe Henry, filho caçula do Rei da Inglaterra (Stephen Fry de “O Homem que Viu o Infinito”). Os dois já se conheciam e tinham uma certa rixa pessoal, mas com a convivência forçada descobriram que gostavam um do outro. Agora seu romance deve permanecer em segredo para que não prejudique a campanha para reeleição da mãe de Alex ou a própria tradição da realeza inglesa.

Até a metade do filme, o diretor Matthew López consegue equilibrar perfeitamente o bom humor, o romance e a crítica ao preconceito, sendo leve na abordagem, mesmo que a parte mais sexual seja às vezes um pouco educativa demais para os mais conservadores.

A dupla de protagonistas é um charme e tem um enorme carisma, mesmo que tecnicamente a atuação ainda seja algo a melhorar muito. Só que a partir de então, principalmente após o vazamento para o público do romance dos dois (parece spoiler, mas é óbvio, ok?), a produção se transforma num novelão mexicano com um tiroteio de declarações meio cafonas que, aí sim, a falta de técnica faz a diferença na performance da dupla.

Claro que no meio dessa novela há algumas cenas memoráveis, sendo talvez a mais fofa a reação dos pais de Alex quando ele sai do armário, e também o discurso que Alex faz sobre privacidade e preconceito que talvez seja a grande mensagem que o filme traz e que deveria ser aprendida por todos.

O desfecho se ajeita logo e o carisma dos atores também é um dos pontos altos, juntamente com a trilha sonora de Drum & Lace, versáteis pelo terror “Ecos do Além”.

Baseado no bestseller de Casey McQuiston, “Vermelho, Branco e Sangue Azul” tem uma abordagem direta, bem humorada e sincera de uma relação homoafetiva, traz ótimas mensagens, derrapa no dramalhão na segunda metade, mas volta aos trilhos para se tornar um bom e reflexivo passatempo, mesmo que formulaico.

Ah, e tem uma ceninha besta pós créditos.

Curiosidades:

  • O ator Nicholas Galitzine é heterossexual, Taylor Zakhar Perez ainda não revelou sua orientação sexual, mas o Stephen Fry que interpreta o homofóbico Rei da Inglaterra ironicamente é gay e um grande defensor da causa LGBTQIA+. O diretor Matthew López também é gay.
  • O autor Casey McQuiston faz uma participação no filme como a pessoa que está no notebook na cena em que a Presidente dos EUA está montando seu discurso pós eleições.
  • Na cena das férias do casal, Alex está lendo “A Última Parada”, o segundo livro do autor Casey McQuiston.
  • Uma das maiores diferenças entre o filme e o livro é que no filme, os pais de Alex são casados, enquanto no livro eles são divorciados.
  • Em ambos “Vermelho, Branco e Sangue Azul” e “Cinderela”, o ator Nicholas Galitzine interpreta um príncipe e em ambos ele canta uma música do Queen. Em “Cinderela” é Somebody to love e neste filme é Don’t stop me now.

Ficha Técnica:

Elenco:
Nicholas Galitzine
Taylor Zakhar Perez
Uma Thurman
Clifton Collins Jr.
Stephen Fry
Jemma Redgrave
Thomas Flynn
Bridget Benstead
Ellie Bamber
Rachel Hilson
Sarah Shahi
Annabella King
Sharon D. Clarke
Aneesh Sheth
Rachel Maddow
Juan Castano

Direção:
Matthew López

História e Roteiro:
Casey McQuiston
Matthew López
Ted Malawer

Produção:
Greg Berlanti
Sarah Schechter

Fotografia:
Stephen Goldblatt

Trilha Sonora:
Drum & Lace

Avaliações dos usuários

Não há avaliações ainda. Seja o primeiro a escrever uma.

Avalie o filme

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on email
Share on telegram