Com um pano de fundo no estilo “Mad Max”, o filme começa sem muitas explicações com a jovem e linda Arlem (Suki Waterhouse de “Pókemon: Detetive Pikachu”) sendo jogada nesse imenso deserto onde fica desamparada e é capturada por uma tribo de canibais.
Depois que consegue fugir se depara com um povoado comandado por um cara chamado Sonho que é ninguém menos que Keanu Reeves (sim, ele mesmo, John Wick), que tem interesses escusos por trás dessa fachada, enquanto um dos líderes canibais (o Aquaman Jason Momoa) está atrás de Arnie.
Lendo a sinopse até parece que as coisas fazem sentido. Mas não. As histórias não se conversam. Na verdade, elas nem começam, nem terminam. Tanto os eventos quanto a motivação dos personagens, principalmente da protagonista, parece aleatória. Aliás, Arlem depois que escapa da tribo canibal parece viver num torpor constante e, como no roteiro, ela funciona como o alter ego do espectador, fica uma constante sensação de desconforto com a narrativa quebrada e muitas vezes sem sentido.
Três coisas valem a pena: Keanu Reeves como você nunca viu, parecidíssimo com um Pablo Escobar; Jim Carrey (sim, Jim Carrey de “Crimes Obscuros”) irreconhecível – e você pode ver o filme inteiro e não reconhece-lo; e alguns efeitos bem interessantes, principalmente os usados no corpo de Suki Waterhouse (não vou contar pra não dar spoiler).
“Amores Canibais” é inconsistente do início ao fim, chega a ser chato e nutre uma promessa que nunca compre. Só vale para os fãs de Reeves e Carey. E aí vale sim.
Curiosidades:
– Apesar de não parecer, o filme não tem efeitos digitais, mas apenas efeitos práticos, de maquiagem e edição.
– O short que Arlem usa é o mesmo que a cantora da dupla sul africana Die Antwoord usa no clipe de umas das músicas que toca no filme. Detalhe: a música veio antes do filme.
Ficha Técnica
Elenco:
Suki Waterhouse
Jason Momoa
Keanu Reeves
Jim Carrey
Jayda Fink
Yolonda Ross
Aye Hasegawa
Giovanni Ribisi
Louie Lopez Jr.
Direção:
Ana Lily Amirpour
Produção:
Danny Gabai
Sina Sayyah
Fotografia:
Lyle Vincent