Godzilla II: Rei dos Monstros (“Godzilla: King of the Monsters”)

Se no primeiro “Godzilla” introduziram a idéia questionável de que o mostro poderia vir a ajudar – isso porque ele luta com um monstro pior do que ele, mas destrói mais de uma cidade no caminho – dessa vez somos apunhalados com a idéia estapafúrdia de que a humanidade poderia conviver em harmonia com ele e mais uns dezesseis monstros.

Inclusive o Dr. Ishiro (Ken Watanabe de “Pokémon: Detetive Pikachu” e que também apareceu no primeiro filme) está ainda mais baba ovo com essa idéia como se Godzilla e sua turma fossem a salvação da lavoura. Ele chega a ser irritante e em algumas cenas seu personagem chegam a ser constrangedoras.

Os bichos estão todos contidos até que um ecoterrorista (Charles Dance de “O Despertar do Mal”) solta todo mundo e cabe a – pasmem – Godzilla restauram a ordem natural das coisas. Mas o que seria essa ordem natural? Melhor não saber.

O mais irônico é que dá pra contar toda a sinopse sem sequer citar os personagens humanos principais que são a Dr. Emma (Vera Farmiga de “A Rebelião”) que é sequestrada pelo bandido junto com sua filha (Millie Bobby Brown de série “Stranger Things”), enquanto o ex-marido Mark (Kyle Chandler de “O Primeiro Homem”, bem genérico como sempre) se junta ao time de cientistas para tentar acha-los e controlar os monstros.

A verdade é que qualquer trama que envolve os personagens humanos é pífia. O espectador não consegue se conectar com ninguém. Inclusive algumas mortes de personagens que deveriam ser importantes nem são notadas. Difícil até é entender porque alguns artistas conhecidos se prestaram a papéis tão rasos e irrelevantes.

Ah, mas o filme é de monstros e o que a gente quer ver é as cenas deles lutando.

Sinto muito, mas é outra decepção. O diretor Michael Dougherty (“Krampus: O Terror do Natal”) tentou colocar as lutas sempre na visão dos personagens humanos e portanto elas ficam sempre num ângulo ruim, muito picotadas, escuras e algumas vezes fica até difícil entender o que está se passando. As cenas épicas e que são bonitas de se ver, dá pra se contar nos dedos.

Godzilla II” não é apenas uma frustração, mas uma frustração que dura mais de duas horas, com uma trama desconexa e personagens esquecíveis – tanto gente quanto monstros. Ah, e já estão forçando a barra para o próximo filme da série, “Godzilla vs. Kong” em 2020, que deve provavelmente estragar a bela lenda de King Kong também. A cena depois dos créditos é desnecessária… como todo o filme.

Curiosidades:

– Os olhos da Mothra se encaixam com os do Godzilla para denotar a conexão entre os dois.
– Em alguns momentos os monstros são chamados de kaijus, a mesma denominação usada em “Círculo de Fogo”.
– Godzilla tem 120 metros, mas no filme anterior ele tinha 109 metros, ou seja, tá crescidinho. O maior King Kong de todos os filmes tem 100 metros, que é do filme “Kong – Ilha da Caveira”, pois os produtores já pensavam na luta entre os monstros. Tanto que nas outras produções de King Kong sua altura variava apenas entre 25 a 45 metros.
– De todos os monstros, o maior é Ghidorah (o de três cabeças) com 159 metros.
– O número do posto onde Mothra estava contida é 61, em homenagem ao ano em que foi criada, 1961.
– O filme diz que Ghidorah havia sido encontrado há pouco tempo que não havia sido estudada propriamente. Porém em “Kong: A Ilha da Caveira” se passa em 1973 e na cena pós créditos, Ghidorah já é citada. Ou seja, erro de roteiro.
– Há uma cena que se passa num templo antigo subterrâneo. Na parte principal dessa cena é possível ver a estátua de Pazuzu, o demônio fictício do clássico “O Exorcista”.
– Na cena em que uma importante bomba atômica explode, o personagem central responsável, olha em seu relógio e vê 8:15h, que foi a hora exata da explosão da bomba de Hiroshima em 1945.

Ficha Técnica

Elenco:
Kyle Chandler
Vera Farmiga
Millie Bobby Brown
Ken Watanabe
Ziyi Zhang
Sally Hawkins
Charles Dance
Thomas Middleditch
O’Shea Jackson Jr.
David Strathairn
Bradley Whitford
Aisha Hinds
Anthony Ramos
Elizabeth Ludlow
Jonathan Howard

Direção:
Michael Dougherty

Produção:
Alex Garcia
Jon Jashni
Mary Parent
Brian Rogers
Thomas Tull

Fotografia:
Lawrence Sher

Trilha Sonora:
Bear McCreary

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