Bad Boys: Até o Fim (“Bad Boys: Ride or Die”)

Não sei porque, mas atualmente toda franquia de ação quer se parecer com “Velozes e Furiosos”: personagens do passado que nunca apareceram antes voltando para acertar as contas, gente que morreu dando as caras novamente, seja ressuscitando ou como flashback, introdução de cada vez mais personagens para que o espectador fique sem entender bem a dinâmica e tente apenas acompanhar a ação e, é claro, cenas que desafiam as leis da física – e muitas vezes as leis da lógica.

Só que quando “Bad Boys” começou, era 1995 e tudo anda era “mato”, Will Smith ainda estava engatinhando sair de “Um Maluco no Pedaço”, Martin Lawrence com muitos quilos a menos era o líder da dupla e o diretor Michael Bay ainda era um bam bam bam dos filmes de ação e junto com os produtores Don Simpson e Jerry Bruckheimer, praticamente reinventaram os filmes de ação como são hoje, sendo que a continuação que viria 8 anos depois, elevaria ainda mais o status de todos os envolvidos no projeto e serviria de inspiração para franquias como o próprio “Velozes e Furiosos”.

O ano é 2024, Don Simpsom faleceu ainda em 1996, mas seu nome nunca saiu da produtora que hoje é liderada por Bruckheimer; Michael Bay parece quere fazer a franquia “Transformers” até o fim da vida, Martin Lawrence já está desgastado fica como alívio cômico e Will Smith é a grande estrela, cujo nome aparece primeiro no poster.

A dupla Adil El Arbi e Bilall Fallah voltam à direção desde o filme anterior e aqui a trama é a seguinte: o capitão Howard, que morreu no filme anterior, é falsamente acusado de ser corrupto e nossa dupla de heróis Mike e Marcus tem provar sua inocência, mas acabam virando procurados. Para sair dessa, eles precisam da ajuda de Armando, filho de Mike que era o vilão do filme passado.

Tudo cheira a clichê e cada parte da trama tem o selo de “já vimos isso antes” estampado, de tal forma que até Vin Diese coçaria a cabeça.

Mas o que faz essa produção – e porque não dizer, franquia – ser muito superior a “Velozes e Furiosos” é que, ao contrário deste, “Bad Boys” nunca perdeu seu DNA: as cenas de ação são quase absurdas, mas sem grandes abusos, o movimento da câmera é frenético e eletrizante, Smith e Lawrence mantém um enorme carisma, apesar de dividirem a tela com muitos outros personagens, a há uma violência que chega naquele limiar de sangue que ainda faz a produção poder ser chamada de “para a família”, com um forte elemento de comédia que se entranha sem nunca rivalizar com a trama principal, fazendo disso um equilíbrio raro.

Até o Fim”, ainda faz uma paródia de si mesmo, o que inclui até a participação do próprio Michael Bay em si na cena em que ele quase atropela Mike, além de ter umas paradas místicas que parecem deslocadas, mas até que funcionam, e principalmente Smith brinca consigo mesmo exorcizando seus demônios daquele infeliz tapa dado em Chris Rock numa cena hilária no terceiro ato que funciona, não só como uma “auto-vingança” mesmo como também como uma virada de página onde personagem e ator reencontram a si mesmo.

O desfecho amarra todas as pontas, sem abrir portas para futuras continuações, mas também não põe uma pedra final na saga de Mike e Marcus.

Bad Boys – Até o Fim” é pura diversão com os clichês que amamos, a nostalgia necessária para quem acompanha os heróis desde a década de 90 a atualização narrativa para o novo milênio.

Curiosidades:

  • O carro que o diretor Michael Bay dirige em sua participação especial é um 964 Porsche 911 Turbo de 1990, o mesmo carro que Mike dirige no primeiro “Bad Boys”.
  • Outras participações especiais é a do meme Khaby Lame numa ponta em que ele faz seu famoso gesto na calçada e também o produtor DJ Khaled pela segunda vez na franquia.
  • É o menor filme da franquia com 1h55min.

Ficha Técnica:

Elenco:
Will Smith
Martin Lawrence
Vanessa Hudgens
Alexander Ludwig
Paola Núñez
Eric Dane
Ioan Gruffudd
Jacob Scipio
Melanie Liburd
Tasha Smith
Rhea Seehorn
Tiffany Haddish
Joe Pantoliano
DJ Khaled
John Salley
Bianca Bethune
Dennis Greene
Quinn Hemphill
Derek Russo

Direção:
Adil El Arbi
Bilall Fallah

História e Roteiro:
Chris Bremner
Will Beall

Produção:
Doug Belgrad
Jerry Bruckheimer
Chad Oman
Will Smith

Fotografia:
Robrecht Heyvaert

Trilha Sonora:
Lorne Balfe

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