O inferno está cheio de boas intenções. A premissa era boa e a intenção também. A premissa: Adrien Brody (“Splice – A Nova Espécie”) é um homem que acorda no banco do passageiro de um carro despencado em um barranco. Sem lembrar de nada e completamente isolado, ele vê um cadáver no banco de trás e escuta no rádio que um bando de assaltantes roubou um banco e fugiu num carro com a mesma descrição daquele de onde está. Preso nas ferragens, muito ferido e com sua mente lhe pregando peças, o desconhecido deve escapar do carro, achar uma saída do barranco e lembrar que ele realmente é.
A intenção do diretor estreante Michael Greenspan era até que nobre: fazer o espectador sentir na pele o desespero do protagonista passando para a tela quase que na íntegra seus dias de isolamento e privação e deterioração da sua higiene mental. Pena que o tiro saiu pela culatra. Os seus 91 minutos passam se arrastando enquanto o espectador já dormiu ou trocou de DVD. Nem mesmo o carisma (???) de Brody é capaz de segurar a platéia e até o desfecho não cumpre o papel de surpreender. De quebra até a trilha sonora de Michael Brook (do oscarizado “O Vencedor”) ainda é minimalista.
Em outras palavras, “Armadilha do Destino” funciona apenas como sonífero e cura qualquer insônia. E uma locação é mais barata do que remédio pra dormir.
Ficha Técnica
Elenco:
Adrien Brody
Caroline Dhavernas
Direção:
Michael Greenspan
Produção:
Kyle Mann
Fotografia:
James Liston
Trilha Sonora:
Michael Brook