Drácula: Uma História de Amor Eterno (“Dracula: A Love Tale”)

O Drácula da Shopee de Luc Besson (de “Lucy” e “Anna”) é até assistível dada a quantidade de licenças poéticas que ele aplicou e alguns toques de humor meio maluco.

O Conde Vlad da vez é Caleb Landry Jones de “Finch” e a história se foca mais em seu amor perdido pela sua eterna amada Elizabeta (a linda e desconhecida Zoë Bleu).

A produção é muito irregular, pois há drama, terror e uma comédia que, apesar de engraçada às vezes, parece meio deslocada, só que, com algumas grandes exceções, a mistura até que funciona.

Se Jones como protagonista se destaca, o personagem Jonathan, o noivo de Mina que seria a reencarnação de Elizabeta, é horrivelmente interpretado por um tal de Ewens Abid que transforma o personagem num completo babaca, como se ele estivesse dentro de uma comédia do Adam Sandler. Todas as cenas com ele são descartáveis e basta comparar sua aparição com a de Keanu Reeves no clássico de 1992 de Francis Ford Coppola ou de Nicholas Hoult em “Nosferatu” ano passado.

Há uma cena onde Drácula tenta (ou testa) se matar e lembra muito o clássico da comédia “Feitiço do Tempo” com Bill Murray fazendo a mesma coisa com seu protagonista.

Se há essas escorregadas ou pitacos de humor, a parte trash de sangue e violência tem também a sua vez, inclusive também tem algumas cenas meio hilárias, talvez até involuntariamente.

Besson é craque – e aqui não foi diferente – na parte de design de produção, cenário, figurino e toda a reconstituição de época e fotografia também apoiado pelo parceiro Colin Wandersman.

A trilha sonora de Danny Elfman (“Os Fantasmas Ainda se Divertem”) talvez seja o elemento que mais aproxima o filme de uma grande produção, dando pujança tanto no clímax romântico quando nas cenas de ação.

O diretor também colocou algumas licenças poéticas bem fortes, como deslocar a ação principal de Londres para Paris (país natal de Luc Besson), o que corta toda parte da viagem de barco do Demeter ou as tais gárgulas que no final vão lembrar o desenho da Disney “O Corcunda de Notre Damme”.

A narrativa segue esse caminho tortuoso entre o drama, romance, terror e humor e acaba se resolvendo rápido até demais no último ato, digamos, na lábia, sendo essas intervenções meio aleatórias convergindo bem para um resultado satisfatório, mas longe de se ficar marcado na história do cinema.

O “Drácula” de Luc Besson tem camadas interessantes de serem vislumbradas e não deixa de ser uma abordagem diferente, visualmente fascinante, mas esquecível em seu conteúdo.

Ficha Técnica:

Elenco:
Caleb Landry Jones
Christoph Waltz
Zoë Bleu
Matilda De Angelis
Ewens Abid
Guillaume de Tonquédec
Bertrand-Xavier Corbi
Raphael Luce

Direção:
Luc Besson

História e Roteiro:
Luc Besson

Produção:
Luc Besson
Mark Canton

Fotografia:
Colin Wandersman

Trilha Sonora:
Danny Elfman

Avaliações dos usuários

Não há avaliações ainda. Seja o primeiro a escrever uma.

Avalie o filme

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

dezenove − oito =

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.