https://www.youtube.com/watch?v=u6aBW2VaBh8
“O Caseiro” foi a primeira (ou uma das) tentativas do cinema brasileiro de entrar no gênero do terror. Confesso que não botei muita fé e acabei deixando passar. Depois de todos esses 4 anos desde o lançamento e vendo evolução nas produções nacionais (como em “O Rastro“), resolvi arriscar e me surpreendi. Não que seja um filme excelente, mas é muito bom mesmo e dizer que ele comete os mesmos erros de boas produções americanas não deixa de ser um elogio.
O Global Bruno Garcia que também fez “Romance” é Davi, professor que dentre suas disciplinas ensina a psicologia do sobrenatural. Ele é abordado por pela estudante Renata (a surpreendentemente linda Malu Rodrigues) que diz que sua irmã caçula que mora num sítio com a família está sendo agredida por um suposto espírito do antigo caseiro que se suicidou há quase 50 anos. Disposto a tirar de letra esse mistério, Davi passa o fim de semana lá, mas as coisas são bem mais complicadas do que aparentam.
Há uma imensa criatividade em desenvolver a tensão gradativa sem o uso de nenhum efeito especial sequer, provando ser uma produção baratíssima, otimizando custos e focando numa trilha sonora minimalista, mas eficiente, ótimas tomadas de câmera que fogem do novelesco e dão uma profissionalizada no resultado, e algumas boas edições.
Bruno Garcia está ótimo como protagonista, mesmo que o resto do elenco ainda pareça muito teatral e não parecem entrar de cabeça do mesmo jeito.
Como na maioria das produções do gênero, o diretor Julio Santi se enrola no desfecho: o roteiro é muito bem escrito, numa pegada de “Sexto Sentido”, mas Santi não conseguiu passar de forma assertiva a conclusão para a tela, com algumas cenas embaralhadas e deixando parte do esforço de entendimento para o espectador. Ainda assim, dá aquela vontade de voltar o filme de novo para ver se perdemos algum fio da meada (fiz e me surpreendi positivamente).
“O Caseiro” é um bom filme, ponto positivo para um país que nunca havia investido no terror e prova que com bons roteiros, meio caminho já está andado.
Ficha Técnica
Elenco:
Bruno Garcia
Denise Weinberg
Leopoldo Pacheco
Malu Rodrigues
Pedro Bosnich
Antonio Haddad Aguerre
Annalara Prates
Roberto Arduin
Fabio Takeo
Victória Leister
Direção:
Julio Santi
Produção:
Rita Buzzar
Fotografia:
Ulrich Burtin
Trilha Sonora:
Tomaz Vital