Já temos um grande candidato ao terror mais babaca de 2025. Parece que Hollywood está tão obcecada em reviver e espremer os clássicos, hits e cults dos anos 80 e 90 – antes que os artistas originais morram – que roteiro é a última coisa em que pensam. Esse é um daqueles casos que, se fosse uma paródia do filme ao invés de uma continuação, faria mais sentido. Poderia inclusive figurar na franquia “Todo Mundo em Pânico”.
Tentando fazer o mesmo, mas diferente, um grupo de jovens causa um acidente de carro (ridículo) matando uma pessoa. Um ano depois eles recebem um cartão com aqueles mesmos dizeres “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado” e daí a matança começa.
A ordem das mortes não fazem sentido porque nem começa pelo grupo e, apesar desse fato ser questionado no filme, nunca é explicado, como se matar fosse um hobby para o assassino.
Os personagens que formam o grupo principal devem ter uma vontade de morrer muito grande, pois eles conseguem se colocar sozinhos nas piores situações. O serial killer tem trabalho quase zero para matá-los. O psicopata deve achar os jovens mais doidos do que ele próprio. Há inclusive duas mortes que são tão imbecis que a gente torce para faltar luz no cinema e a gente ir embora (dica: são duas mortes de personagens masculinos).
O nível dos personagens é tão baixo que, quem se destaca é o estereótipo de “loira-burra” interpretada pela engraçadíssima (e belíssima) Madelyn Cline (“Glass Onion – Um Mistério Knives Out”). Sim, a dupla do longa original Jennifer Love Hewitt e Freddie Prinze Jr. está de volta, mas a relevância deles na trama é tão besta que só fica acima de uma surpresinha do roteiro que vem em forma de pesadelo (os entendedores entenderão).
A explicação sobre o assassino tenta se aproximar da franquia “Pânico”, mas os neurônios do roteiro parecem não ter se conversado e a cena – aliás são dois momentos – vira algo muito mais cômico do que tenso, inclusive o diálogo final na praia.
“Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado” é uma ofensa à inteligência do espectador e a tudo o que a franquia construiu (que foi pouco, mas foi honesto), e chega a ser surpreendente que um roteiro de tamanha burrice tenha sido aprovado. Pasme: Tem uma cena pós créditos com a volta de outro personagem das antigas.
Curiosidades:
- Há uma cena em que um personagem reclama de como o grupo quer conduzir a investigação do assassino, dizendo “Vocês acham que isso aqui é um episódio de Scooby-Doo?”. Isso é uma piada interna, pois Freddie Prinze Jr., que interpreta Ray desde o original de 1997, interpretou o icônico Fred na primeira adaptação em live-action para “Scooby-Doo”. Em 2002.
- Freddie Prinze Jr. e Sarah Michelle Gellar se conheceram nas filmagens do original em 1997 e são casados até hoje.
- A casa de uma das personagens (Julie) é a mesma casa da série “Buffy – A Caçadora de Vampiros“, da década de 90, estrelada por Sarah Michelle Gellar que participou do “Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado” original de 1997.
- Dos 4 filmes feitos da franquia, esse é o mais longo com 111 minutos.
Ficha Técnica:
Elenco:
Madelyn Cline
Chase Sui Wonders
Jonah Hauer-King
Tyriq Withers
Sarah Pidgeon
Billy Campbell
Freddie Prinze Jr.
Jennifer Love Hewitt
Gabbriette
Austin Nichols
Joshua Orpin
Georgia Flood
Nick Farnell
Simone Annan
Direção:
Jennifer Kaytin Robinson
História e Roteiro:
Jennifer Kaytin Robinson
Sam Lansky
Leah McKendrick
Produção:
Neal H. Moritz
Fotografia:
Elisha Christian
Trilha Sonora:
Chanda Dancy