“A Vida de Chuck” é um daqueles raros filmes em que é impossível fazer uma sinopse sem entregar algo relevante da surpresa. É um filme que fala de vida, de morte e de tudo que acontece entre esses dois pontos, na vida comum de um personagem chamado Charles Krantz, carinhosamente chamado de Chuck, interpretado na sua vida adulta por nosso amado Loki, Tom Hiddleston.
O filme é adaptado de uma obra de Stephen King, parte de uma coleção de histórias chamada “Com Sangue”. Diga-se de passagem, apesar de King ser conhecido como o mestre do terror, suas grandes adaptações foram dramas, sendo que esta produção se junta com “Um Sonho de Liberdade” de 1994 e “À Espera de Um Milagre” de 1999, como grandes peças da dramaturgia do cinema.
Dirigido por Mike Flanagan, que já dirigiu outra adaptação de King, “Doutor Sono”, aqui ele traz sutileza de uma peça de teatro com 3 atos distintos, já que o filme é constituído predominantemente por muitos diálogos, o mínimo de ação e uma sensacional narração em off na voz de Nick Offerman (visto recentemente no último “Missão Impossível”) que é como se o espectador estivesse lendo o livro, além de uma trilha sonora minimalista dos irmãos Newton (parceiros do diretor em quase todos os seus filmes), que fica difícil de não se emocionar.
Voltando à narração, ela é a grande protagonista, pois ele fala daquilo que não conseguimos ver e é ela quem revela a maioria das reviravoltas como se o visual – o que vemos na telona – fosse parte da materialização da história contada. Se por um lado, ela celebra cada momento sensacional da vida e memória de Chuck, ela não se furta em entregar com detalhes agonizantes cada uma de suas dores.
Entretanto há duas cenas cruciais: a que diz que todo o mundo que vemos e sentimos, tecnicamente está dentro da nossa cabeça; e outra, com um peculiar elemento sobrenatural, em que trata a morte como inadiável, inevitável e inegociável, sendo que a única negociação possível são as escolhas que fazemos na vida.
“A Vida de Chuck” é tão emocionante e praticamente fundamental, porque é um resumo da vida de cada um de nós, que percorremos as alegrias da existência e as dores e sofrimentos da morte. Um filme que, quem souber consumir, pode sair de lá um pouquinho transformado.
Curiosidades:
- Apesar de ser considerado o grande protagonista, Tom Hiddleston tem apenas 19 minutos em cena. Obviamente suas versões crianças e jovem tomam conta do resto.
- Aliás, a versão criança foi interpretada pelo filho do diretor, Cody Flanagan.
- Tom Hiddleston é o único ator que aparece nos 3 atos do filme.
Ficha Técnica:
Elenco:
Tom Hiddleston
Jacob Tremblay
Benjamin Pajak
Cody Flanagan
Chiwetel Ejiofor
Karen Gillan
Mia Sara
Carl Lumbly
Mark Hamill
David Dastmalchian
Harvey Guillén
Q’orianka Kilcher
Matthew Lillard
Rahul Kohli
Violet McGraw
Saidah Arrika Ekulona
Annalise Basso
Janice Halliday
Andrew Grush
Mac(as Andy Grush)
Kate Siegel
Samantha Sloyan
Trinity Jo-Li Bliss
Franklin Ritch
Antonio Raul Garcia
Molly C. Quinn
Matt Biedel
Nick Offerman
Carla Gugino
Direção:
Mike Flanagan
História e Roteiro:
Mike Flanagan
Produção:
Mike Flanagan
Trevor Macy
Fotografia:
Eben Bolter
Trilha Sonora:
The Newton Brothers