O derradeiro capítulo da franquia “Missão Impossível” (até então) é um filmaço. Mas com ressalvas. Muitas ressalvas.
É um filmaço porque sua escala é monumental, como a maioria das produções do Tom Cruise e, aliás, Tom Cruise por si só é uma atração cinematográfica à parte. Reúne os personagens que aprendemos a gostar, cuja escalação é quase sempre impecável.
Tem aventura, bom humor, tudo no seu quadrado e mais cenas de ação de tirar o fôlego, muitas delas protagonizadas por Cruise, como sempre. Além disso, expande o universo conectando – por bem ou por mal – várias outras partes dos filmes anteriores. Não tem como dar errado.
Agora vamos às ressalvas.
A primeira e a que foi responsável pelo melhor – ou um dos melhores filmes da saga, a parte 1, diz respeito à construção inicial. Como a trama é complexa, no filme anterior, o diretor e parceiro de todas as horas de Cruise, Christopher McQuarrie, conseguiu desenvolver e aprofundar a história, mesmo que metendo um vilão do passado na marra, fazendo com que o filme tenha fluído naturalmente.
Nessa virada de chave, nem parece que foi o mesmo diretor: a história já começa com edições rápidas, tentando conectar vários filmes em diálogos de vários personagens ao mesmo tempo, quase num “piscou, dançou”. Quem não fez o dever de casa e rever ou reler sobre a Parte 1, vai ter dificuldade de se localizar. E o ritmo fica assim meio acelerado em boa parte da trama, impedindo o espectador de absorver informações relevantes e jogando-o direto nas cenas de ação.
A duração de quase 3 horas, que deveria servir para desenvolver melhor a história, faz o inverso e investe justamente em momentos desnecessários, como um longo discurso em torno de uma bomba a minutos de explodir (como assim?), ou uma cena de um encontro que dura minutos apenas para personagens acenarem e se separarem sem mais nenhum outro sentido, ou alguns discursos motivacionais que parecem saído de uma palestra de algum coach picareta.
Eis que chegamos nas cenas de ação que logicamente são absurdas, mesmo sabendo que parte delas, Tom Cruise estava realmente lá fazendo, o que talvez seja uma atração maior que a própria cena em si. Mas dessa vez há dois momentos distintos em que claramente o roteiro não soube como resolver e simplesmente insultou a inteligência do espectador com saídas impossíveis. Tudo editado propositalmente para causar uma certa confusão mental a ponto do público talvez não sentir a enganação (se quiser saber vá na seção de spoilers mais abaixo).
“Missão Impossível” ao mesmo tempo em que termina a saga (será?) de forma digna, também destoa do filme anterior e de uma construção saudável, na ânsia de tentar abraçar muita informação dos demais filmes. Salva-se Tom Cruise e companhia que já vive no imaginário geral.
Técnica:
Elenco:
Tom Cruise
Hayley Atwell
Ving Rhames
Simon Pegg
Esai Morales
Pom Klementieff
Henry Czerny
Holt McCallany
Janet McTeer
Nick Offerman
Hannah Waddingham
Tramell Tillman
Angela Bassett
Shea Whigham
Greg Tarzan Davis
Charles Parnell
Mark Gatiss
Rolf Saxon
Direção:
Christopher McQuarrie
História e Roteiro:
Erik Jendresen
Christopher McQuarrie
Produção:
Tom Cruise
Christopher McQuarrie
Fotografia:
Fraser Taggart
Trilha Sonora:
Max Aruj
Alfie Godfrey
Curiosidades:
O lançamento do filme foi 2 meses antes de Tom Cruise fazer, pasme, 63 anos. Ele tinha 33 quando o primeiro “Missão Impossível” foi lançado. O vilão do primeiro filme Jon Voight (que já era um senhor na época), tinha 58 anos em 1996.
Tom Cruise e Ving Rhames são os únicos artistas que aparecem em todos os filmes da franquia.
É o filme mais longo da franquia.
***SPOILERS – SÓ LEIA APÓS ASSISTIR AO FILME***
Houve pelo menos dois momentos sem noção do filme:
Na escapada do submarino quando Ethan (sic) nada cerca de 300 metras até próximo da superfície e daí já corta para Grace o resgatando DO NADA! Impossível acreditar nesse corte.
Antes da perseguição do avião Ethan persegue o vilão Gabriel de jipe e capota, enquanto Gabriel vai embora. Daí ele sai correndo e CONSEGUE CHEGAR até a pista de onde aviões estão saindo. Ou ele foi ajudado pelo Flash ou pelo Sonic.
Uma resposta
Filme muito bom, mesmo com alguns exageros rsrs, sabemos que fazem parte da super produção.