A nova produção de terror do momento conseguiu ser uma continuação e ao mesmo tempo uma história de origem. Ela consegue ser totalmente encaixada com o antecessor e ao mesmo tempo, trazer uma nova história e novas abordagens. Chega ao ponto de mudar até mesmo o entendimento que tínhamos da história original.
Com mesmo diretor e mesmo elenco, o filme avança 4 anos e traz de volta o protagonista Finn (Mason Thames) lutando contra seus demônios e ainda com a habilidade de poder escutar os mortos, da mesma forma que sua irmã Gwen (Madeleine McGraw) consegue sonhar com eventos do passado, presente e futuro. Um recorrente sonho dela faz com que ambos vão a um campo universitário fechado por uma nevasca para investigar possíveis mortes do passado. O que eles não sabem é que pode haver uma conexão forte entre o caso, o grande vilão morto no filme original (Ethan Hawke) e a sua própria família.
A premissa é tão óbvia e ao mesmo tempo interessantíssima: é claro que se no primeiro as crianças mortas ajudavam Finn, quem disse que o vilão que morre, “morre” de verdade? É partindo desse princípio que o diretor e roteirista Scott Derrickson tem a sacada de se inspirar em “A Hora do Pesadelo”, transformando o espírito do psicopata numa espécie de Freddy Krueger que tem seus poderes potencializados pelos sonhos de Gwen que, aliás, dessa vez divide o protagonismo com Finn, sendo que ambos estão excelentes em seus papéis.
Ao invés de sustos, há uma construção de tensão e, em paralelo, o suspense do mistério a ser resolvido. As técnicas para essa construção – além da história em si – são as mais variadas, desde a granulação de tela para diferenciar sonho e realidade, até a constante mudança de ângulo de câmera na mesma tomada para revelar novos elementos, sem se furtar de boas doses de sangue no meio do caminho.
“O Telefone Preto 2” tem uma trama nova que se encaixa direitinho com a anterior e faz a franquia toda crescer ao invés de ser uma mera continuação.
Curiosidades:
- O ator Miguel Mora interpretou Robin, criança que morre no primeiro filme, e agora interpreta o irmão mais velho dele, Ernesto que gosta da Gwen.
- No quarto de Finn tem um cartaz de um filme chamado “A coisa que não pode morrer”, uma alusão justamente ao vilão.
- O clipe que Finn está assistindo é da música “Subways of Your Mind” da banda FEX.
- Paralelos com a franquia “Sexta-Feira 13”: a primeira cena se passa em 1957, ano em que Jason morreu afogado; e os assassinatos do mistério do filme ocorreram em 1958, quando a mãe de Jason mata as primeiras vítimas.
Ficha Técnica:
Elenco:
Mason Thames
Ethan Hawke
Madeleine McGraw
Jeremy Davies
Miguel Mora
Arianna Rivas
Demián Bichir
Anna Lore
Direção:
Scott Derrickson
História e Roteiro:
C. Robert Cargill
Scott Derrickson
Produção:
Jason Blum
C. Robert Cargill
Scott Derrickson
Fotografia:
Pär M. Ekberg
Trilha Sonora:
Atticus Derrickson





