O Colecionador de Corpos (“The Collector”, EUA, 2009)

A premissa é ótima: um ladrão (Josh Stewart de “Código de Conduta“) resolve assaltar uma mansão afastada da cidade durante a noite, pensando que seus moradores estivessem ausentes. Ele descobre ao entrar que, não só a família está em casa como também ela está sob o poder de um perigosíssimo psicopata que espalhou armadilhas mortais pela casa.

O primeiro ato basicamente situa os personagens e cria a afinidade com o espectador, o que faz quem assiste se preocupar com o destino das potenciais vítimas. Com uma tensão de arrepiar, o segundo ato trás o melhor da carnificina gráfica, onde os fãs do gênero terão orgasmos múltiplos. É claro que o roteiro não explica bem o modus operandi do serial killer já que pra tantas armadilhas seria preciso um árduo e demorado trabalho. Muito menos sabe contextualizar pra que elas servem, pois se não fosse o ladrão (e mais outra surpresa que não vou comentar), as armadilhas não fariam tanto sentido, uma vez que a família, em tese, ficaria aprisionada. Ou até mesmo o cerne do próprio filme, sobre o fato dele colecionar pessoas. Mas isso pouco importa quando se trata do puro terror, como é o caso.

Efeitos especiais de cair o queixo (literalmente) e uma trilha sonora que escancaradamente tem o único propósito de deixar os nervos a flor da pele. E finalmente chegando ao desfecho, cabe colocar que de alguns anos pra cá, os filmes de terror procuraram sair do lugar comum de antes. O problema é que de tanto os filmes fazerem isso, acabaram criando um novo lugar comum, do qual “O Colecionador” se utiliza. Faltou talvez uma reviravolta que fugisse desse novo lugar comum. O que é? Só vendo. E podem ir ver sem medo. Ou melhor, com medo.

[rating:3.5]


Ficha Técnica

Elenco:
Josh Stewart
Michael Reilly Burke
Andrea Roth
Madeline Zima
Daniella Alonso
Robert Wisdom
Juan Fernandez
Karley Scott Collins

Direção:
Marcus Dunstan

Produção:
W.K. Border
Brett Forbes
Julie Richardson
Patrick Rizzotti

Fotografia:
Brandon Cox

Trilha Sonora:
Jerome Dillon

ELENCO

DIREÇÃO

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Respostas de 3

  1. Não custa nada ter um pouquinho de esmero e realizar uma produção de qualidade. “O Colecionador de corpos” está aí para mostrar que com um pouco mais de atenção aos detalhes, se conseguer ser eficiente e se destacar das produções medíocres que tem se espalhado em progressão geométrica por aí, de carona em sucessos como o excelente “jogos mortais”, não se dando ao trabalho nem sequer de atribuir criatividade ao nome, mantendo sempre a palavra ‘mortais’ no final como se isso garantisse o mesmo nível alto de produção da película mãe. “O Colecionador” tem lá seus hiatos, o porquê das armadilhas, que fim levou a família do Arkin, e mais, quem é o assassino (o indicado para se livrar da casa de vespas está muiito óbvio não é mesmo?) mas são dúvidas que jogamos em segundo plano em prol da diversão. E olha que é difícil competir em termos de armadilhas com Jogos Mortais, o grande barato então foi não competir, o vilão (termo retrô) não tem por primícias matar e muito menos dar lições de moral, então buscam causar muita dor antes que isso leve a óbito, apenas a personagem Dill teve a sorte de ter um fim rápido, nada mais justo para alguém que nos beneficiou com belas imagens toráxicas. Pode-se notar que uma das armadilhas foi descartada pelo próprio vilão, o que julgo sem fundamento nenhum, tenha sido proposital para não ter que se gastar com um efeito deveras elaborado para “fatiar” um dos personagens, isso já foi feito antes e nylon não corta osso, fica mais rizível do que assustador, e nota-se também que uma das armadilhas não foi usada (a que desce com uma pequena tábua de pregos sobre quem a aciona). Todos os atores, nenhum de primeiro escalão, performaram muito bem, o que contribui para que se foque apenas na história. O fato do assassino não falar também age a favor do subentendimento pessoal de cada um sobre procedimentos do bandido e sua motivação, as vezes um psicopata torna-se caricato dependendo da fala e do tom de voz que lhe é atribuído. Talvez todos os hiatos sejam questões para um próximo filme, não sei se tem como manter este nível, mas a primeira parte foi promissora. E outra questão, Arkin é inteligente, e ainda não morreu…

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