Vingança à Sangue Frio (“Cold Blood Legacy”)

O descerebrado filme dirigido por um tal de Frédéric Petitjean segue aquele clichê de começar pelo meio e depois retroceder para que o espectador entenda o contexto. Geralmente essa técnica narrativa é usada quando o contexto (o que aconteceu antes) muda a percepção do meio (já visto no início) como um plot twist, ou quando o contexto constrói uma guinada logo após o meio.

Aqui não aconteceu nada disso: o diretor simplesmente pegou uma cena qualquer do meio e jogou no início e nenhum contexto foi forte o bastante para dar relevância.

O meio que aparece no início é o seguinte: uma jovem (a desconhecida Sarah Lind) fugindo de alguém sofre um acidente de snowmobile e acha uma cabana isolada, onde há apenas um matador de aluguel (Jean Reno de “Meu Amigo Pinguim”), que contra todas as estatísticas vai cuidar dela.

Daí para frente se revela o contexto absurdo com subtramas descartáveis sobre a investigação de uma morte que pode estar ligado a ambos.

Com exceção de Reno, o elenco é sofrível. Nenhum personagem, do detetive que tem um passado que ninguém entende, até a própria jovem, parecem ter sido reprovados no teste de elenco de Malhação.

O desenrolar da trama até mostra que existe uma idéia boazinha, mas como ele não conseguia abraçar uma duração decente, além de colocarem várias subtramas que não levam a lugar nenhum, chega no último ato e o roteiro enlouquece, deixando a relação entre o matador e a jovem completamente sem noção e sentido.

A gente chega a ter pena de Jean Reno tendo que fazer malabarismos para tentar convencer o público do seu inexplicável comportamento.

O desfecho é tão ruim que nem se dá ao trabalho de explicar várias pontas soltas, nem concluir a própria trama principal.

Vingança a Sangue Frio” é um insulto à inteligência de qualquer um com mais de dois neurônios e passa vergonha até na pouca ação que tem.

Curiosidades:

  • Na hora de usar o celular, a operadora que aparece é ucraniana, Kyivstar, entregando o local das filmagens, apesar do filme se passar nos EUA.
  • Outro ponto que entrega o local é que as placas estão todas em quilômetros, enquanto nos EUA é em milhas.
  • Como muitos dos artistas contratados foram ucranianos, o sotaque deles era tão forte que alguns tiveram que ser redublados por artistas americanos na pós-produção.
  • O armário que guarda o dinheiro tem o número de 835, o nome da produtora do filme.

Ficha Técnica:

Elenco:
Jean Reno
Sarah Lind
Joe Anderson
David Gyasi
François Guétary
Samantha Bond
Larysa Rusnak
Maxime Mege

Direção:
Frédéric Petitjean

História e Roteiro:
Frédéric Petitjean

Produção:
Olias Barco
Corinne Benichou
Florence Moos

Fotografia:
Thierry Arbogast

Trilha Sonora:
Xavier Berthelot

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