Venom: A Última Rodada (“Venom: The Last Dance”)

Falar sobre como a Sony conseguiu destruir todas as oportunidades que teve de fazer um filme decente de vilão / anti-herói do universo do “Homem-Aranha” é bater em cachorro morto. Surpresa é saber que depois do horroroso “Venom – Tempo de Carnificina” ainda viria mais uma continuação, a que, em tese fecharia a trilogia.

O primeiro desafio é passar do início: começa com o tal vilão Knull aparecendo do nada e contando a sua própria história. Detalhe: mesmo com o personagem contando tudo, ela é incompreensível. Repassando: ele criou os simbiontes (não se sabe como nem porque), e então ele criou os caçadores de simbiontes (não se sabe como nem porquê). Então os simbiontes o aprisionaram (não se sabe como nem porquê) e fugiram (não se sabe como nem porquê). A única chave para ele sair é algo que só existe quando um simbionte faz com que seu hospedeiro sobreviva à morte (não se sabe como nem porquê). Então o vilão pede que os caçadores de simbiontes vão aos confins do universo buscar essa combinação simbionte / hospedeiro particular para ele se soltar consumir todos os planetas (não se sabe como nem porquê). Muito menos sabemos porquê ele não consumiu os planetas antes. Faltou vontade, sei lá.

Se acharam o texto repetitivo, afirmo que ainda não chegamos nos 5 minutos de filme. Claro que a combinação é Eddy Brock e Venom que agora parecem estar num filme de comédia slasher.

Eles começam exatamente onde pararam quando foram trazidos de volta de “Homem-Aranha – Sem Volta Para Casa” e este início é praticamente a única referência que se faz ao MCU, particularmente a Thanos. A partir daí a dupla é caçada pelo exército americano que quer fazer mais experiências, pela polícia e ainda pelos tais caçadores de simbiontes.

Com mais violência e uma dimensão mais épica do que seus dois filmes antecessores, o que sobre em ação, falta em cérebro. Para se ter uma idéia, há uma cena ao som de ABBA que praticamente mata todos os neurônios do roteiro de uma vez só.

Agora nas mãos da diretora Kelly Marcel em sua estréia na direção – apesar de ter co-produzido os outros dois filmes do Venom – ela tenta misturar um máximo de elementos que construa dinâmicas engaçadas ou eletrizantes para disfarçar os furos do roteiro.

Chegou até a colocar atores do MCU nesse bolo talvez para referenciar o multiverso: Chiwetel Ejiofor, o Barão Mordo de “Doutor Estranho” é o agente Strickland, meio que antagonista, enquanto Rhys Ifans, o Lagarto de “O Espetacular Homem-Aranha” e o hippie Martin que dá carona a Eddie. Se foi essa a intenção não importou muito.

O desfecho tem a sua parte mais emocional para quem conseguiu criar afinidade na relação entre Eddie e Venom, porém pouco disse em termos de conteúdo e futuro, mesmo com 2 cenas pós créditos (uma no meio e outra no finalzinho).

Venom – A Última Dança” é tão dispensável quanto qualquer exemplar de anti-herói da Sony, mas pelo menos consegue empolgar quem conseguiu superar a completa falta de nexo da premissa.

Ficha Técnica:

Elenco:
Tom Hardy
Chiwetel Ejiofor
Juno Temple
Rhys Ifans
Stephen Graham
Peggy Lu
Clark Backo
Alanna Ubach
Cristo Fernández

Direção:
Kelly Marcel

História e Roteiro:
Tom Hardy
Kelly Marcel

Produção:
Avi Arad
Tom Hardy
Kelly Marcel
Hutch Parker
Amy Pascal
Matt Tolmach

Fotografia:
Fabian Wagner

Trilha Sonora:
Dan Deacon

Avaliações dos usuários

Não há avaliações ainda. Seja o primeiro a escrever uma.

Avalie o filme

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

doze − onze =

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.