O cinema popular Mexicano, que comparado ao Brasil podemos fazer uma analogia com aqueles produzidos pela Globo Filmes, está a anos luz da gente. Enquanto a maioria dos filmes brasileiros se baseiam em tramas toscas, interpretações caricatas (para não dizer pior) e acham que meter MPB e pop atual pode ser considerado como trilha sonora, o cinema mexicano, apesar de apostar em caras e bocas e gags exageradas, mais como característica de um povo do que como maneirismos artificiais, conta com uma produção mais refinada, compõe suas próprias trilhas, mesmo conservando a inocência de histórias e clichês já bastante explorados no cinema americano.
Vejam esse caso: Família rica com três filhos mimados onde o patriarca viúvo decide que para os filhos aprenderem o que é a vida real, faz uma artimanha, mentindo que perdeu toda a sua fortuna, indo morar num casebre abandonado onde eles devem arranjar subempregos para se sustentarem.
E então a produção acompanha as desventuras dos três jovens, enquanto o pai se diverte (pelo menos até o terceiro ato), resultando em situações hilárias que o elenco compra com bravura sem medo do ridículo mesmo que alguns esquetes já batidos de outrora.
Como os realizadores não são bobos, destacam a belíssima Karla Souza, famosa atriz mexicana, cuja história envolve o interesse amoroso que também trabalha no restaurante onde ela vira garçonete. Outro aspecto importante na produção é como o diretor equilibra alguns momentos dramáticos na comédia escrachada sem que isso macule nenhum dos dois gêneros.
“Uma Família Muito Nobre” funciona como uma ótima Seção da Tarde que, apesar de facilmente esquecível, entretém na medida certa.
Ficha Técnica
Elenco:
Gonzalo Vega
Luis Gerardo Méndez
Karla Souza
Juan Pablo Gil
Ianis Guerrero
Carlos Gascón
Mario Haddad
Mary Paz Mata
Alberto Zeni
Marcela Guirado
Adriana Olivera
Direção:
Gary Alazraki
Produção:
Leonardo Zimbrón
Fotografia:
Jose Casillas
Trilha Sonora:
Benjamin Shwartz