Tron – Ares

Estamos em pleno 2025 e, com toda a nossa tecnologia, a lógida de “Tron – Um Odisséia Eletrônica” de 1982 ainda chega a ser mais coerente e menos absurda que a desta continuação “Tron – Ares”.

Sem ter nenhuma conexão com seu antecessor “Tron – O Legado” de 2010, o roteiro pegou alguns elementos do filme original e o principal, Jeff Bridges que faz uma participação, para construir uma história que poderia muito bem funcionar sem ter que depender de uma franquia. Porém, provavelmente, os estúdios acharam melhor encaixar na marca “Tron” para engajar mais.

Há uma competição entre duas empresas, sendo uma delas fundada por Flynn – o personagem de Bridges que sabemos que desapareceu em 1989 –  e agora está nas mãos da mocinha Eve (Greta Lee de “Vidas Passadas”, e a outra do malvado Julian (Evan Peters de “Uma Aventura Perigosa”) que descobriu uma maneira de materializar qualquer coisa, o que significa trazer do mundo digital máquinas a agentes, entre ele um agente controle mestre chamado Ares (o “Morbius” Jared Leto).

Na ânsia de vencer a batalha pela tecnologia, Julian ordena Ares que tire de Eve um código chave para que o digital permaneça no mundo real, mas as consequências são imprevisíveis.

Sim, é difícil entender o que se passa no filme, há menos que você vá conferir. Na verdade o problema é outro: os fatos que acontecem na produção dirigida por Joachim Rønning (do ótimo “A Jovem e o Mar”) são fáceis de entender no sentido do que está acontecendo, mas são difíceis de digerir ou de se explicar sem ter que engolir tudo o que o roteiro joga na cara do espectador sem questionar.

De repente as tecnologias aparecem facilmente do nada e tá tudo bem. Inclusive e que coloca os personagens reais no mundo digital e traz eles de volta como num passe de mágica e a única explicação é que tudo já existe sem nenhuma explicação. Isso se chama no meio de “escrita preguiçosa”.

Daí o diretor mete a vibe “O Exterminador do Futuro” como boa parte da ação, o que talvez seja a parte mais interessante, principalmente com o belo design de produção e efeitos especiais imbatíveis, que ainda contam com a sessão nostalgia na hora do cenário onde aparece o antigo protagonista de 1982, Flynn (Bridges, pagando o aluguel) só para criar uma conexão, apesar dele agir muito mais como seu personagem de “O Grande Lebowski”, do que como o próprio Flynn.

Tron – Ares” tem momentos e elementos interessantes que, bem trabalhados, não só dariam uma história excelente como não precisaria depender de nenhuma franquia. Mas essa dependência exigiu explicações que tomaram tempo do roteiro e não foram coerentes, o que prejudicou bastante o resultado. Detalhe: tem uma cena pós créditos que já abre espaço para a continuação.

Ficha Técnica:

Elenco:
Jared Leto
Greta Lee
Jeff Bridges
Evan Peters
Jodie Turner-Smith
Gillian Anderson
Hasan Minhaj
Arturo Castro
Cameron Monaghan
Sarah Desjardins

Direção:
Joachim Rønning

História e Roteiro:
David DiGilio
Jesse Wigutow

Produção:
Sean Bailey
Jared Leto
Steven Lisberger
Emma Ludbrook
Jeffrey Silver
Justin Springer

Fotografia:
Jeff Cronenweth

Trilha Sonora:
Nine Inch Nails
Trent Reznor
Atticus Ross

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