Temas batidos ainda podem dar bons filmes. Dificilmente sensacionais, mas com a combinação certa de narrativa e elenco, sempre pode surpreender positivamente.
É o caso e de “Todo Tempo que Temos”, cujo título já diz a que veio: é filme de câncer, então é para preparar os lenços.
O diretor John Crowley dos premiados “O Pintassilgo” e “Brooklyn” fez duas apostas: a primeira foi trazer um casal de protagonistas imbatível. Fez um golaço com os queridinhos de Hollywood Andrew Garfield de “Os Olhos de Tammy Faye” e a apaixonante Florence Pugh de “Duna Parte 2”.
Eles são o casal Tobias e Almut, que seguem todo o ritual do amor, paixão, obstáculos, até que surge o câncer no caminho de Almut.
A segunda aposta foi a abordagem narrativa, a qual é feita brincando de idas e vindas no tempo e funciona muito bem até o início do último ato.
Assim, durante o desenvolvimento da história, o espectador tem algumas micro reviravoltas que são ainda mais interessantes por conta da ótima atuação dos dois que convencem direitinho como um casal fofíssimo, mas também com seus defeitos.
A trilha sonora de Bryce Dessner (“A Viúva Clicquot”) faz os olhos do público coçarem ainda mais com seus tons certeiros.
No último ato, o diretor simplesmente deixa de lado a questão dos flashbacks e o filme fica linear e aqui ele resolve espremer todos os clichês desse subgênero de drama em poucos minutos. Por sorte, quando chega aí a plateia já está ganha e mesmo o final previsível não arranha o que fora construído até então.
“Todo Tempo que Temos” tem uma dupla que encanta e ofusca a historinha batida, sendo uma ótima pedida para os casais e para quem adora uma sofrência.
Ficha Técnica:
Elenco:
Andrew Garfield
Florence Pugh
Grace Delaney
Lee Braithwaite
Aoife Hinds
Adam James
Douglas Hodge
Amy Morgan
Niamh Cusack
Lucy Briers
Direção:
John Crowley
História e Roteiro:
Nick Payne
Produção:
Adam Ackland
Leah Clarke
Guy Heeley
Fotografia:
Stuart Bentley
Trilha Sonora:
Bryce Dessner